Friday, July 28, 2017

A MEGA CRISE BATE À NOSSA PORTA

       
        Pedro Augusto Pinho,       
  
      O Brasil está preparado para a crise que se avoluma e se aproxima?

      Não, muito ao contrário. 

    Que não se pense ser fruto de uma oposição desmedida e para “encher o saco”, como disse soturno tucano. É a única conclusão possível para quem acompanha as “crises” desde as desregulações da dupla Thatcher/Reagan, anos 1980, quando a banca passou a dominar o mundo.

     Uma falha comum aos analistas globais, sejam ou não assalariados da Rede Globo, é a unicausalidade dos eventos: ocorre assim porque fulano é corrupto, ou por causa do déficit fiscal, ou pela má qualificação da mão de obra, ou por ação dos bolivarianos, petistas ou comunistas etc etc.

   Conceituemos, para evitar equívocos, o que denomino “a banca” e o que são estas crises.

A banca é a designação dada ao sistema financeiro internacional que derrotou o sistema capitalista industrial. 

Observe que nem trato de opções socialistas. Apresento um mundo simplificadamente dividido entre o capital industrial e o capital financeiro.

Como se empoderou a banca no século XX?

 Por um conjunto de fatores, como o movimento ecológico, preservacionista, pelos recursos da informática, da teoria da informação, pelo acúmulo do capital industrial pós Plano Marshall e alguns outros vetores. O que seriam os resquícios do capital industrial estariam hoje, em princípio, nos BRICS, mas deles já se afasta o Brasil.

Coloco a primeira crise em 1987, dando por discutível quem tenha provocado as crises do petróleo, de 1968 a 1980, e outras crises, como as decorrentes da saída unilateral dos Estados Unidos da América (EUA) da moeda referência no Acordo de Bretton Woods (dólar ouro). Ainda que possamos ver o dedo da banca em todas elas.

O que é a crise provocada pela banca?

 Sucintamente é a distância entre o valor dos bens em papéis e daqueles efetivamente existentes, da realidade física. De modo geral eles constituem os derivativos. Lanço 1000 barris de petróleo para vender em papéis quando só disponho de um para entrega. Quando e se for cobrada esta diferença, explode uma crise. Ela se dá em toda e qualquer commodity, incluídas as moedas, em hipotecas e mesmo em empréstimos oriundos de captação por fundos financeiros.

Sumarizemos brevemente estas crises:

Crise de 1987 – “Segunda-feira Negra”. A Bolsa de New York despenca e os ativos são depreciados em 22,6%.
Crise de 1990 – A bolha japonesa. O sistema financeiro vive dos empréstimos, das dívidas. O Japão tinha depósitos que representavam quase o PIB do país. Para se ter uma comparação, nos EUA os depósitos representavam, na mesma época, cerca de um terço do PIB. E foi a área imobiliária quem pagou seu tributo ao capital financeiro.
Crise de 1992 – Sistema Monetário Europeu. Em 1992, o Índice da Taxa de Câmbio Nominal do USD, determinado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), estava no mais baixo patamar desde 1957. Logo estava pronto para um “ataque especulativo” das finanças internacionais. Foi o que ocorreu, em 16 de setembro de 1992.
Crise de 1994 – “El Horror de Diciembre” no México. O México inadimplente, sempre por dívida contraída no mercado internacional, resolveu desvalorizar o peso. Este modelo de geração de dívida que se avoluma até criar a bolha ou a crise que será paga por outros atores – ativos públicos e privados, rendas de outros setores econômicos, orçamentos públicos etc – é fundamental na análise destas crises pós 1980/1990, as chamadas décadas perdidas.
Crise de 1997 – Crise Asiática ou do Sudeste Asiático. Mais um exemplo clássico com desvalorizações cambiais, neste caso iniciada pelo Baht tailandês.
Crise de 1998 – Finanças da Rússia. Em vários aspectos semelhantes à crise de 1994, do México. Em 10 de julho de 1991, assume a presidência da Rússia Bóris Iéltsin, candidato da banca. Poderíamos dizer que ele cumpriu os compromissos com os financiadores da campanha. Em 1998 explode a economia, parte preponderante pelas dívidas, parte pela ascensão da economia marginal a segmentos do poder.
Crise de 1999 – Crise da reeleição de FHC. Esta conhecemos de perto; privatizações, usos de micos financeiros (Dívidas Agrárias) e o retorno do FMI..
Crise de 2000 – Ponto com ou da Bolha da Internet. Mas uma transferência de recursos aos que financiaram as ações especulativas.
Crise de 2001 – Argentina. Sabemos que até 2002 a Argentina foi dirigida por políticas econômicas neoliberais de Carlos Menem e Domingo Cavallo. Pode-se afirmar que esta crise foi a consequência direta das orientações de 12 anos do FMI naquele país.
Crise de 2008 – O subprime americano ou o terrorismo econômico em Washington. As melhores descrições desta “crise” estão no filme Inside Job (Trabalho Interno), documentário de 2010 de Charles H. Ferguson, e nas reportagens de Mike Whitney, jornalista residente em Washington.

Vou reportar apenas notícias de jornais e revistas especializados em economia e negócios, nos últimos 15 dias. Estas notícias darão a dimensão da crise que bate à nossa porta.

“Crise dos bancos europeus ainda não chegou ao fundo do poço”, “Em dois anos a atividade econômica despencou 7,2%”. “Demanda por crédito do consumidor cai 0,7% no semestre” “Desacelera a geração de emprego nos EUA”. “Financial Conduct Authority do Reino Unido anuncia multa de 117 milhões de libras ao Lloyds Banking Group por negócios de seguro”, “EUA crescerão menos que previsto, diz FMI” e seriam páginas e páginas que se consolidariam numa única conclusão: o capital financeiro não é capital que produza mas suga os ganhos dos setores produtivos da sociedade, resultando sempre em recessão e desemprego – na crise.

A mídia, quase integralmente, trabalha para banca. 

E por isso as informações otimistas, tranquilizadoras, a respeito dos governos pró banca e das ações que beneficiam a banca – redução de salários em favor do pagamento de juros, cortes de gastos em investimentos de toda natureza, redução ou extinção de programas sociais – colocando mais dinheiro para cobrir o buraco deixado pela banca.

Por que, após dez anos, uma nova crise do sistema financeiro é iminente?

Alguns motivos são evidentes. Porque os principais ativos e as reservas monetárias estão em baixa. A primeira falha, ou cobrança não paga, pode acender o estopim da explosão. Depois virá a inevitável cascata de falências e fraudes até que já não haja de onde sugar recursos. 
O golpe de 2016 objetivou exatamente isso: colocar à disposição do sistema financeiro, da banca, os recursos do pré-sal, o qual mês a mês bate recorde de produção, da riqueza agrícola e da pecuária brasileira; ou meu leitor é tão ingênuo que pensou ser a “Operação Carne Fraca” um lapso de funcionário público?

A crise de 2008 encontrou o Brasil sem dívida externa e com possibilidade de reverter a queda. Houve, eventualmente, um pouco de presunção toldando as consequências do derrame de dinheiro do Tesouro dos EUA para os bancos e empresas “privadas”. Mas agora, com uma dívida que só faz aumentar, comprando – melhor diria, prosseguindo a compra de parlamentares,  magistrados e ministros – sem qualquer programa produtivo, só recessivo, esta crise, que muitos analistas apostam na ocorrência em 2018, será extremamente danosa para todos, rentistas e trabalhadores, mas, como sempre, pior para os que tem menos.

Há também uma razão que se encontra na nascente do empoderamento da banca: a informática. Está previsto, pelos profissionais da área, a entrada em comercialização, a partir de 2020, dos equipamentos quânticos, os computadores que terão capacidade muito maior de executar operações, em velocidades ainda maiores, e em espaços mais reduzidos. Este fatos corresponderão a novos sistemas e programas e, sem receio, diria uma nova era computacional. Ora  a informática atual permitiu este grande salto de capacitação da banca; para se manter na vanguarda ela necessitará recursos para seus hardware e software.

 E onde buscá-los? com o know how acumulado por tantas crises? Em mais uma, com objetivo de “coletar todas as fichas do pano verde”. 

O caro leitor há de se lembrar que toda área econômico-financeira, no período de absoluto governo da banca no Brasil, 1995/2003, não se falava em projeto, programa ou objetivo, mas em “aposta”. 

Claro, a banca transforma toda economia num jogo de um vencedor e muitos perdedores. 

Como nesta crise que se anuncia e que, ao contrário daquela de 2008, encontrará o Brasil fragilizado, sem rumo, gastando o que tem e não tem para manter seus governantes, em todos os poderes, fora das grades e da repulsa física pela população, e, obviamente, agradando o patrão do Judiciário, do Legislativo e do Executivo: a banca.

Cuidado com seus parcos bens!

 Os grandes bancos expandirão suas plataformas de relacionamento, demitindo funcionários e fechando agências, os menores poderão fechar as portas, os investimentos serão ainda mais prejudicados e negócios industriais, comerciais e de logística verão reduzidos suas receitas e clientes, faltará dinheiro e os bancos centrais emitirão moedas ou títulos de dívida resultando em acréscimo da inflação, ao que se soma desemprego e escassez. 

Um belo fim para quem bateu panela e se vestiu de pato.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado  pedroaugustopinho@hotmail.com


Wednesday, July 19, 2017

Morte de Teori completa 6 meses e nenhuma investigação

Morte de Teori completa 6 meses e nenhuma investigação

Dúvidas de que foi assassinato? http://www.plantaobrasil.net/default.asp


A morte do ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Teori Zavascki completa seis meses nesta quarta-feira (19); a investigação sobre a queda do avião, porém, não tem prazo para ser finalizada; no momento, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), responsável pela apuração de acidentes de avião no Brasil, espera laudos da Polícia Federal e realiza as últimas análises para elaborar a minuta do relatório final, que será enviado ainda para os EUA e o Canadá para investigação adicional

247 - Após seis meses da queda do avião que matou o então ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Teori Zavascki, completados nesta quarta-feira (19), a investigação do acidente continua e não tem prazo para ser finalizada.

Em 19 de janeiro, o relator da operação Lava Jato no STF morreu aos 68 anos após a queda do avião em que estava junto a outras quatro pessoas no litoral de Paraty, no Estado do Rio de Janeiro. Os demais ocupantes eram o empresário do grupo Emiliano Empreendimentos e dono do jatinho Carlos Alberto Filgueiras, de 69 anos, a massoterapeuta Maira Lidiane Panas Helatczuk, de 23 anos, a mãe dela, Maria Ilda Panas, 55, e o piloto Osmar Rodrigues, 56.


No momento, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), responsável pela apuração de acidentes de avião no Brasil, espera laudos da Polícia Federal e realiza as últimas análises para elaborar a minuta do relatório final, conforme informou a FAB (Força Aérea Brasileira), à qual o Cenipa é subordinado.

A etapa seguinte será traduzir o documento preliminar para o inglês e enviá-lo para os órgãos de investigação National Transportation Safety Board, nos Estados Unidos, onde a aeronave foi fabricada, e Transportation Safety Board of Canada, no Canadá, onde o motor foi fabricado. Ambos terão até 60 dias para fazer comentários sobre a minuta. Quando receber as observações, o Cenipa concluirá o relatório final, considerado o documento oficial da investigação.


(...)

O avião modelo Hawker Beechcraft King Air C90 de matrícula PR-SOM era de porte pequeno e tinha capacidade para acomodar até oito pessoas. O bimotor turbo-hélice decolou às 13h01 do Campo de Marte, em São Paulo, e caiu por volta das 13h45, quando estava a 2 km de distância da cabeceira da pista do aeroporto de Paraty, próximo à Ilha Rasa

Tuesday, July 18, 2017

Formação Nacional, Reversão Neocolonial e Revolução Brasileira


                        PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO JR. |

                     Formação nacional, reversão neocolonial

                                  e revolução brasileira





Monday, July 17, 2017

Com a morte na alma, os Netos de Vargas

PEDRO AUGUSTO PINHO

         Em excelente artigo onde narra as mesperanças e as transformações sociais após a Revolução de 1930, o jornalista Fernando Brito escreve a expressão “netos de Getúlio Vargas”, feliz síntese dos que nasceram e viveram na e após a Era Vargas (Sei bem de onde vim, de um mundo que estão matando, Tijolaço, 15/07/2017).
As forças, contra as quais lutaram o Exército dos tenentes e uma parte da burguesia brasileira em 1930, são as que tomaram, pelo golpe de 2016, o governo no Brasil. São elas:
(a) os traidores de sempre, aqueles que Barbosa Lima Sobrinho chamava do país dos Joaquim Silvério dos Reis, em contraposição ao Brasil dos Tiradentes, os que hoje propõe a alienação do pré-sal às Chevrons e petroleiras estrangeiras, inclusive estatais de outros países, a entrega do Centro de Lançamento de Alcântara (Maranhão) aos Estados Unidos da América (EUA), a venda de terras brasileiras para fundos financeiros alienígenas, a entrega de aquíferos e outras ações que poderiam ser criminalizadas como traição ao País;
(b) a classe ruralista, sempre saudosa da escravidão legal, pois a real jamais deixou de existir, como demonstram os assassinatos no campo de etnias indígenas e daqueles que nele produzem para sobreviver, lembrando a elite fundiária inglesa dos séculos XV a XVII, invadindo e cercando terras – os grileiros que abundam neste Congresso do Brasil, no século XXI;
(c) os rentistas de toda ordem, quer os proprietários de imóveis urbanos quer os especuladores com valores mobiliários. É ainda pouco conhecida a história da formação urbana brasileira, que professores e pesquisadores, da geração de doutores pós 1980, vem produzindo. Nestes trabalhos vai ficando nítida a importância do comércio de escravos na formação da burguesia urbana, formadora de parte dos rentistas de hoje. Os males causados pela escravidão no Brasil não cessam de emergir das sombras, onde as elites os quiseram ocultar;
(d) a imprensa e os intelectuais vendidos, quer por simples e nada meritórias condecorações quer por valores pecuniários, a depender de sua pouca inteligência ou ambição. No caso da imprensa, hoje, com o domínio da banca (sistema financeiro) em quase todo o mundo, a concentração da produção de informações e o desleixo de profissionais transformam todos em papagaios acríticos – muita propaganda, proselitismo, quase nenhuma informação veraz, fidedigna;
(e) o judiciário que sozinho já mereceria todo artigo. Sua formação vem do feudalismo do Brasil Colônia, quando o primogênito era encaminhado ao bacharelismo. Já se escreveu sobre a República dos Bacharéis, onde se a lei não ajudava o senhor das terras, sua aplicação “corrigia” este lapso. A República dos Bacharéis era a garantia da República dos Coronéis. Hoje os coronéis são a banca, o neoliberalismo que, como ideologia ou por corrupção,  domina a cena jurídica, em seguida os mesmos e velhos coronéis do ruralismo e do rentismo urbano, e, pairando sobre a nação, como um urubu, os sempre presentes interesses estrangeiros, quer geopolíticos quer meramente econômicos;
(f) e, não por simples acaso, por último a ignorância, que se reveste de patos amarelos, camisas da seleção de futebol, panelas estragadas e com um profundo e não assumido desconhecimento de si mesma, de suas próprias  necessidades como pessoa e cidadão, a classe que se chama média. Esta burguesia que se irritou profundamente quando a pensadora brasileira Marilena Chaui a colocou diante do espelho e a mostrou “violenta e ignorante”. Lembre apenas, caro leitor, que foi ela quem amarrou, no Rio de Janeiro, um pobre ao poste para surrá-lo, macaqueando o escravo que açoitava outro escravo para agradar ao senhor, que pedindo educação votou e vota em quem corta as verbas para o ensino, que se diz democrata mas pede ditaduras, se diz generosa e não dá férias à empregada doméstica etc etc etc. Hoje é esta “incorruptível classe média”, que acha natural dar “um trocado” ao guarda para estacionar em local proibido, que procura o amigo para usufruir de uma vantagem, nem que seja furar a fila, que, com seu comportamento hipócrita, fornece um péssimo exemplo para o Brasil e nos deixa humilhados no concerto das nações – um país com esta dimensão territorial, com tão grande população e uma economia que o coloca entre as dez maiores do mundo. Ser humilhado, como Temer, o golpista, o foi na recente reunião do G20, na Alemanha, é a consequência de sua falta de consciência de si mesmo e do respeito ao outro ser humano.
E qual era o propósito deste avô de todos nós?
Um projeto revolucionário, nacionalista, um projeto perigoso para a civilização cristã e ocidental: o Brasil industrializado, soberano e justo com quem produz sua riqueza: a classe trabalhadora. Um Brasil que se envergonharia de colocar em prisão perpétua um herói, o mais importante cientista nuclear brasileiro, Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, um Brasil que se envergonharia de ter presidindo o Executivo e o Legislativo pessoas que, comprovadamente, cometeram ilícitos penais e pior, condenando, sem provas, o ex Presidente que tirou da miséria 40 milhões de brasileiros; um Brasil que deveria se envergonhar de ir às ruas para aplaudir um agente estrangeiro que, por suas ações, destruiu a engenharia brasileira, quando ela ameaçava, pela competência técnica e gerencial, as congêneres estadunidenses e europeias.
Os propósitos eram a industrialização soberana e não a financeirização; o consumo nacional como prioridade e não o modelo exportador centrado na primarização; a construção da cidadania, com os programas de renda mínima (Bolsa Família), o atendimento à saúde (SUS) e não o incentivo à doença, a construção de moradias, contrariando o rentismo fundiário, o fornecimento de luz para todos, no sentido direto e figurado da construção de escolas técnicas e universidades, dos planos de educação e de cultura nacionais; a soberania nas relações internacionais, sem as humilhações de tirar o sapato para policial em aeroporto nem ser desdenhado em reuniões internacionais; o Brasil e não a banca como ideal.
Enfim, somos os netos de um projeto de País que os maus brasileiros, vocês coxinhas e antipovo, apoiando-se nos traidores e corruptos estão destruindo e impedindo de existir.
François Villon, trovador francês do fim da Idade Média, na célebre Balada das Damas do Tempos Idos (Ballade des Dames du Temps Jadis), concluiu cada estrofe com a pergunta: Onde estão as neves de outrora? E eu pergunto: onde estão os tenentes e a burguesia de 1930? Onde estão nossos operários da greve de 1917?

Friday, July 14, 2017

BRASIL INVADIDO:

   TEMPOS DIFÍCEIS PARA O POVO E VERGONHA PARA TODA NAÇÃO

  Vejamos as notícias destas semanas de julho, abrindo o segundo semestre de 2017. 

O senhor Moro, agente estadunidense na função de juiz e sem qualquer surpresa, condena, por crime inexistente,  o Presidente Lula a nove anos e meio de prisão, enquanto isso são liberados Aécio Neves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Rocha Loures e continuam impunes José Serra, Fernando Henrique Cardoso e todo e qualquer membro do PSDB, independente da gravidade do crime cometido, que vai do tráfico de droga a recebimento, gravado e comprovado, de dinheiro de corrupção ou chantagem.

   O golpista na presidência, com recursos públicos, obtém votos para aprovação do maior retrocesso nos direitos trabalhistas, colocando a legislação no padrão da que vigorava na primeira república. Lembremos que, naquela época, um presidente afirmava que a questão social era caso de polícia.

    Em passeio pela Alemanha, este mesmo golpista, humilhado, conforme vídeo divulgado na internet, pois todos os presidentes e ministros passavam por ele sem cumprimentá-lo, mesmo por simples cordialidade, pois era uma figura decorativa, como se auto referiu em carta à Presidente Dilma, diz para imprensa brasileira que a economia estava nos trilhos.

 Só se ao encontro de uma locomotiva em alta velocidade. Vejamos:

1 – no acumulado de 12 meses, segundo o IBGE, ou seja, no período do governo golpista, as vendas a varejo registraram queda de 5,2%;

2 – o otimismo dos empresários, para os próximos 12 meses, cai 18 pontos percentuais, de acordo com o estudo da International Business Report, ficando abaixo da média global. A pior queda foi registrada em Botsuana, na África, com menos 20 pontos;

3 – o Conselho de Administração da Petrobrás aprova a abertura de capital da Petrobrás Distribuidora, em programa de alienação de ativos da maior empresa brasileira e de maior tecnologia própria em exploração e explotação em águas profundas. A falácia do déficit da Petrobrás já é conhecida por todo mundo empresarial e do petróleo;

4 – aumenta o desmatamento na Amazônia Brasileira.

Outras más notícias econômicas, como o crescente nível de desemprego, ainda são do primeiro semestre.
Mas o sistema Globo, que é o maior responsável, em parceria com o judiciário, do que ocorre no Brasil, e possibilita que forças estrangeiras tenham tomado, fisicamente e economicamente, o território brasileiro, nos brida com uma pérola:

 a) ataca cinco senadoras, isto mesmo, machistamente cinco senhoras, de atos inadmissíveis, esquecendo que o partido, queridinho da Chevron, em 14 de maio de 2009, tomou a mesa do Senado para torpedear a Petrobrás. Ocupando, sem credencial, a presidência da mesa o então senador Arthur Virgílio afirma: “quero ver quem me tira daqui”.

O Brasil é um barco à deriva. Nenhum poder, dos definidos na Constituição, defende a nação desta invasão estrangeira, com o suporte da velha burguesia, alienada e estulta.

Mas há sempre um tempo e ele surge como uma explosão, aparentemente saída do nada. 

Hoje, estes golpistas e seus agentes estrangeiros debocham, zombam dos brasileiros e dos trabalhadores.

 E quando chegar o amanhã?

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado 

Thursday, July 13, 2017

O DESMONTE DA ENGENHARIA BRASILEIRA É CRIMINOSO - Entrevista Esclarecedora


------- Mensagem encaminhada -------
De: Pedro Augusto Pinho <pedroaugustopinho@hotmail.com>
Para:
Assunto: Entrevista esclarecedora
Data: 12/07/2017 16h22min59s UTC

Para os bate-panelas, avestruz e outros que tampam o sol com peneiras a Entrevista com o engenheiro civil Pedro Celestino, empresário e presidente do Clube de Engenharia, disponível originalmente na Revista Digital de Engenharia da Associação dos Agrimensores de São Paulo (APEAESP).

O desmonte da engenharia brasileira é criminoso


A crise econômica que afeta o Brasil chega primeiro na engenharia. Qual a sua opinião sobre isto?

A crise econômica chega primeiro à engenharia porque, desde a reeleição de Dilma Rousseff, o País rendeu-se à lógica neoliberal, que preconiza o abandono de investimentos públicos, em detrimento daqueles selecionados pelo "mercado". Passa-se, assim, a gerir as contas públicas com as regras da economia doméstica: gastar menos do que arrecada e destinar o saldo porventura existente ao pagamento de juros. É uma política de interesse exclusivo do capital financeiro, o que leva ao estrangulamento da economia e, em consequência, da engenharia.

Qual o papel das carreiras de engenharia no fortalecimento da economia e desenvolvimento no Brasil?

O Brasil é um país em construção, com demandas na área de infraestrutura que só serão atendidas em décadas. Habitação, saneamento, mobilidade urbana, transportes (rodoviário, ferroviário, fluvial, terminais portuários e aeroportos) darão emprego aos profissionais da engenharia. Por outro lado, as áreas de óleo & gás (temos o Pré-Sal, a maior descoberta de hidrocarbonetos no planeta nos últimos 30 anos), aeronáutica (tome-se o exemplo da EMBRAER) e nuclear terão também papel de destaque crescente na nossa economia.

Como você avalia o desmonte da engenharia brasileira?

O desmonte da engenharia brasileira é criminoso, pois nos coloca à mercê de concorrentes estrangeiros. Nós, que nas últimas décadas exportamos serviços de engenharia para mais de 40 países, regrediremos à condição colonial. O combate, necessário, aos desmandos e à corrupção, não poderia implicar destruição da capacidade técnica e gerencial acumulada nas últimas 6 décadas. Que os responsáveis por abusos sejam submetidos ao devido processo legal é o certo, mas destruir as empresas e os empregos é um absurdo. A Volkswagen, por exemplo, foi recentemente alvo de vultoso processo por fraudar consumidores quanto a índices de poluição atmosférica dos veículos por ela produzidos; seus diretores foram afastados, processados, a empresa foi condenada a pagar multas bilionárias, mas não deixou de produzir veículos, nem dispensou pessoal. Aqui, jogam fora a água, a bacia e a criança. 

Você que deve ter enfrentado outras crises na engenharia e na economia nacional, já viu desmonte igual em outro momento no país?

Não se trata hoje de recessão, cíclica em qualquer economia capitalista. Trata-se de depressão, por colapso da demanda, fruto da política econômica que só atende aos interesses do capital financeiro. É uma situação inédita em nosso país, agravada pela crise política decorrente da ilegitimidade do governo atual para propor medidas radicais de desmonte do Estado e de direitos sociais e trabalhistas, conquistados ao longo dos últimos 80 anos, sem ser oriundo do voto popular.

Como a Operação Lava Jato interfere na indústria brasileira?

A Lava Jato se propõe a passar a limpo as relações econômicas, políticas e sociais. É uma visão messiânica, que vai muito além do necessário combate a práticas ilícitas, comuns no nosso sistema político. Ameaça, com o concurso de setores do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e com o apoio da mídia monopolista, conduzir o país a uma ditadura de toga. Nas democracias, o ônus da prova cabe a quem acusa. Aqui, prisões por prazo indeterminado, estímulo a delações, conduções coercitivas sem prévia intimação, se reproduzem no cotidiano, ao arrepio dos direitos e garantias individuais consagrados por nossa Constituição.

Por que a Petrobras só convidou estrangeiros para licitação de obras no Comperj?

Porque o governo atual não tem compromisso com o País, e sim com os interesses financeiros, estrangeiros, que o patrocinam. Despreza a capacidade industrial aqui instalada, alegando que lá fora tudo é mais barato. Então, para que produzir aqui? Falta, entretanto, combinar com os brasileiros: de onde virão os empregos? Por isso, já são mais de 14 milhões de desempregados. Se não mudar o rumo da economia, caminharemos para uma convulsão social. 

Você acha que a crise da Petrobras é só um pretexto para o desmonte da engenharia nacional?

A crise da Petrobras é falsa. Endividou-se porque achou petróleo, e tem plenas condições de rolar sua dívida. Foi muito mais prejudicada pelo congelamento dos preços de derivados (governo Dilma) do que pela corrupção. O que está por trás da campanha de desgaste da Petrobras é afastá-la do Pré-Sal, para que as petroleiras estrangeiras o explorem. O desmonte da Petrobras começa no governo Dilma, na administração Bendine, e se consolida na administração atual. Se não for revertido o desmonte, a Petrobras, em 4 ou 5 anos, será uma produtora de petróleo bruto de porte médio, e o nosso mercado será abastecido por petroleiras estrangeiras, com produtos importados. A engenharia, a cadeia de mais de 5.000 fornecedores, nacionais e estrangeiros, vai para o ralo.

Você acha que este desmonte é orquestrado pela disputa internacional do mercado de energia e engenharia?

Claro que é. Vejam as guerras no mundo: estão sempre vinculadas ao controle do petróleo.

Você acha que a busca pelo protagonismo do Brasil na geopolítica internacional influencia a investida sobre a indústria nacional, principalmente na engenharia pesada brasileira?

Sim. O Brasil é, ainda, uma das 10 maiores economias do mundo, com inserção crescente nos fóruns internacionais. Buscou, até há pouco, aprofundar relações sul-sul, em particular na América do Sul e na África. Tem hoje com a China uma relação expressiva, comercial e política. A mudança da política externa patrocinada por Temer visou a realinhar o nosso país aos interesses norte-americanos, de forma subordinada. Isso explica o ataque às nossas empresas de construção pesada, porque disputam mercado em todo o mundo. A exportação de serviços também favorece a indústria aqui instalada, pois seus produtos são especificados na fase de projeto. É uma perda de protagonismo econômico enorme o que se observa no momento, sem falar na destruição de empregos.

Em termos numéricos, você avalia que quantos empregos na engenharia desapareceram com esta crise? Como retomá-los e em quanto tempo?

Já se foram cerca de 600.000 empregos. A recuperação, paulatina, só será possível com o relançamento da economia, baseado em investimentos públicos. A primeira medida a tomar é a revogação da emenda constitucional que engessou os gastos públicos pelos próximos 20 anos. Asfixiaram o Brasil.

A crise da nossa engenharia faz um estrago no cenário econômico nacional. Como você avalia este universo e quais as lições que podemos tirar disto?

A depressão da economia, aliada aos efeitos colaterais da Lava Jato, é que provocaram a crise da nossa engenharia. Seus efeitos se farão sentir nos próximos anos. A lição a tirar é promover o fortalecimento das instituições democráticas, o que exige a participação da cidadania, para que não fiquemos à mercê de manobras legais que têm como fulcro o desmantelamento da nossa economia.

Para você os movimentos de mobilização pela retomada do crescimento e valorização dos profissionais da engenharia podem ser um remédio contra o desmonte da engenharia nacional?

Os movimentos de mobilização pela retomada do crescimento, em si, não são remédio para a crise da engenharia. São, entretanto, essenciais para pressionar o governos a mudar o rumo da política econômica, dando ênfase a investimentos públicos.

Como o Clube de Engenharia tem enfrentado o desmonte e a desnacionalização da nossa engenharia?

O papel do Clube de Engenharia é o de, juntamente com outras entidades, denunciar o desmonte do Estado e da economia, e o de propor políticas alternativas de retomada do desenvolvimento.

Como você analisa o emprego de novas tecnologias nas carreiras de engenharia? Elas ajudam a melhorar a qualidade dos profissionais?

Há uma grande preocupação com a formação de profissionais em face da revolução científico-técnica. Os nossos profissionais, até aqui, têm sido formados segundo modelos vigentes desde o século XIX. É necessário reformular a grade curricular, para que a ela se incorpore o estudo de novos métodos, processos e tecnologias. O desenvolvimento tecnológico torna cada vez mais simples as tarefas a executar, mas aos engenheiros caberá sempre a de pensar. 

Quais os conselhos que você pode dar aos jovens engenheiros que perderam os seus empregos ou estão ingressando no mercado de trabalho agora em meio a esta crise?

Acreditem no Brasil. Por maior que seja a crise, em algum instante será superada (quanto maior o engajamento da sociedade, melhor), o Brasil é um país em construção, há muito o que fazer em todas as áreas da engenharia. 

Você acha que guarda alguma relação entre o desmonte da nossa engenharia com a desnacionalização da nossa indústria? Quanto da nossa crise econômica é fruto disto?

Claro que a nossa crise está vinculada à grande turbulência geopolítica que se observa no mundo, decorrente da ascensão da China à condição de maior potência industrial do planeta, o que provoca o deslocamento do centro de gravidade da economia mundial para a Ásia. Os EUA tendem a perder sua condição hegemônica e, em reação, buscam manter o seu quintal, a América Latina, sob seu controle. O protagonismo brasileiro, na América do Sul, na África, a proposta de um mundo multipolar, consagrada na aliança econômica BRICS (Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul), acenderam o sinal vermelho em Washington: daí as propostas de desmonte das nossas conquistas dos últimos 60 anos. O que se quer é liquidar com a indústria aqui instalada, nos relegando à condição de exportadores de proteínas vegetais e animais, e de minérios.Visão neocolonial.

Você enxerga uma solução para a crise econômica nacional e a retomada do crescimento do emprego na engenharia?

A solução da crise passa pela mudança de rumo da política econômica, de exclusivo interesse do "mercado"(o capital financeiro), para que se relance a economia, com base em investimentos públicos. Resgatar o papel do BNDES, principal instrumento de financiamento da indústria e da agropecuária, e devolver à Petrobras a condição de âncora do desenvolvimento industrial, investir em infraestrutura (habitação, saneamento, mobilidade urbana e logística) são as propostas principais a defender.

Quem ganha e quem perde com a crise política e econômica nacional?

Quem ganha é o capital financeiro. Quem perde é o povo, particularmente os mais humildes, recém resgatados da miséria e a ela devolvidos, constituindo um exército de mais de 14 milhões de desempregados, ou 40 milhões de pessoas.

Pedro Celestino é engenheiro civil, especialista em transportes, e comanda há mais de 40 anos uma empresa de engenharia consultiva. Por anos, foi presidente do conselho da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que administra 60 aeroportos. Hoje é presidente do Clube de Engenharia, instituição às vésperas de completar 135 anos de existência. 


SOBRE A REFORMA TRABALHISTA - FERNANDO COLLOR DE MELLO


PREZADO SENHOR SENADOR FERNADO COLLOR DE MELLO,

O SENHOR VOTOU EM DEFESA DAS MULHERES GRÁVIDAS OU LACTANTES 


  - "Na hora de votar o texto da reforma trabalhista, o senador Collor - neto de Lindolfo Collor, o primeiro ministro do Trabalho do Brasil -, votou pela preservação dos direitos já consagrados aos trabalhadores. Em relação às mulheres grávidas ou lactantes, o senador também defendeu a regra atual, protegendo-as de trabalhar em lugares insalubres."

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VEJAM O DISCURSO DO SENADOR - 
NESTE ATO ELE MERECE NOSSO PROFUNDO  RESPEITO          


      MEUS PARABÉNS POR ESTA VOSSA  ATITUDE. SOU UM ADMIRADOR DO SEU AVÔ -LINDOLFO BOECKEL COLLOR(*) - POSITIVISTA - SEGUIDOR DE JÚLIO PRATES DE CASTILHOS - QUE SE DESENTENDEU COM GETÚLIO VARGAS, POR QUESTÕES DE ORDEM MORAL – ELE ERA CONTRA A DITADURA - QUEM ESTAVA ERRADO ERA GETÚLIO VARGAS -

   AGORA COM RELAÇÃO AO SENHOR, SEI QUE NÃO FOI O CARRO FIAT, QUE REALMENTE GEROU SEU IMPEACHMENT E SIM O FATO DE SUAS AÇÕES NEGOCIAIS PERTURBAREM O PODER DA REDE GLOBO - 

  MAS, CABE AQUI UM LEMBRETE, QUE O PLANO ECONÔMICO DO VOSSO GOVERNO SOMENTE BENEFICIOU OS RICOS, COM CONFISCO E INFLAÇÃO ELEVADA. 

    ESPERO UM DIA SE FOR DO VOSSO AGRADO, EXPOR MEUS PONTOS ESTRATÉGICOS PARA O BEM DE NOSSA NAÇÃO. (**)

    SENADOR VAMOS TROCAR O TABULEIRO?

   NÃO VAMOS SOMENTE NEGOCIAR COM A FIESP. NÃO PODEMOS NOS ESQUECER DA CUT, ELES TÊM QUE FICAR NO MESMO PLANO DENTRO DO GOVERNO; MAS, NA INDÚSTRIA, O PROGRESSO (Proletário) TEM QUE FICAR SUBORDINADO A ORDEM( Patronal). 


    GOSTARIA QUE O SENHOR FIZESSE UMA REFLEXÃO, PARA OCUPAR NO PRIMEIRO GOVERNO PROGRESSISTA, O MINISTÉRIO DO TRABALHO, PARA HONRAR SEU AVÕ E PROVOCAR O EQUILÍBRIO ENTRE O CAPITAL E O TRABALHO, EM UM CAPITALISMO POLICIADO(***), LUTANDO PELOS SONHOS DOS POSITIVISTAS E DO PT.


SEM MAIS E NO AGUIARDO DE NOTÍCIAS, DESEJO-LHE,

SAÚDE, COM RESPEITO E FRATERNIDADE 
Paulo Augusto Lacaz -



 (***) É UTÓPICO MAS JAMAIS QUIMÉRICO - ONDE APLICÁVEL.