Tuesday, October 23, 2018

Há um Caminho para o Brasil

    “Desde 20 de Janeiro de 2017, a chegada à Casa Branca de um partidário do capitalismo produtivo altera a ordem internacional em detrimento dos partidários do capitalismo financeiro. O imperialismo, que era até aqui cegamente defendido pelos Presidentes dos Estados Unidos da América (EUA), a tal ponto que o colávamos à política exterior dos EUA, apoia-se agora sobre burocracias, na primeira fila das quais figuram as administrações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e da União Europeia (UE).

Donald Trump, ao agir como tinha anunciado durante a sua campanha eleitoral, é um eleito muito previsível. No entanto a sua capacidade para mudar o sistema é imprevisível. De momento ele nem foi assassinado como John Kennedy, nem forçado à demissão como Richard Nixon, e prossegue a sua rota, dando dois passos à frente e um atrás” (Thierry Meyssan,Trump e a burocracia da OTAN, Rede Voltaire,17 de Julho de 2018)

Encontramos o mundo de hoje repartido em quatro grupos, sendo três com interesses hegemônicos de dominação, colonizadores. São estes: o sistema financeiro internacional, a banca; o sistema econômico e cultural dos EUA de Trump; e o neomercantilismo da República Popular da China (China).

Como se observa, e a líder direitista francesa Marine Le Pen assim se pronunciou em 19 de março de 2018, em Paris,“não se pode olhar para a política pelo velho espectro da esquerda e direita”.

O quarto membro deste conjunto poderoso é a Federação Russa (Rússia). O Brasil, tivesse prosseguido nas políticas desenvolvimentistas e nacionalistas de Vargas e Geisel, poderia figurar, também, neste grupo de potências. E para tal só lhe faltou a elite patriótica que, não por slogan mas por apresentar seu  projeto de Estado, colocasse o “Brasil acima de tudo”, ao invés da submissão política, econômica e ideológica a outros países e sistemas.

O colonialismo de um sistema

A novidade, que nos trouxeram as mudanças econômico-financeiras e políticas do século XX, foi o sistema financeiro como colonizador e hegemônico.

O sistema financeiro conduziu, no século XIX, o Império Britânico à hegemonia colonial, “onde o sol nunca se punha”.

Mas o sistema financeiro internacional, construído no século passado, ganhou novas formas e atores. Foi o sistema que melhor entendeu e absorveu as teorias de sistemas gerais e da informação, desenvolvidas a partir das guerras do início do século.

Muitos viram a teoria da informação aplicada à industrialização, com as máquinas operárias e controladoras. Mas o sistema financeiro viu a globalização das finanças, o sol nunca se poria nas transações financeiras, nas bolsas de títulos, mercadorias e moedas, ao redor do mundo, tudo e todas convertidos em commodities.

O que entendo ser, no entanto, a maior arma do sistema financeiro foi seu absoluto desprezo pela verdade e a farsa que divulgou, a partir de seu domínio das comunicações de massa.

A banca havia criado a defesa da ecologia, das “condições de vida” no planeta, para dificultar e encarecer o industrialismo, seja capitalista seja socialista. Reflita, caro leitor, se a vida das baleias ou a exploração mineral reuniria adeptos tão ricos capazes de comprar navios, colocar anúncios de página inteira nos mais renomados jornais do mundo e ser capa de revistas internacionais.

A banca procurou e conseguiu destruir o poder do capitalismo industrial nos EUA e do socialismo industrial na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e difundir a ideologia neoliberal, o fim da história.

Marco 1990 como o início do domínio da banca nas relações internacionais. Ela trabalha com dois objetivos: transformar todos os ganhos (industriais, fundiários, comerciais, salariais) em ganhos financeiros e promover a permanente concentração de renda. Para seu sucesso empresarial ela busca eliminar os Estados Nacionais (fonte de problemas fiscais, jurídicos e burocráticos) e reduzir a população humana (evitando a oposição da pressão demográfica no modelo concentrador de renda).

A banca se apossou de quase toda estrutura de poder dos EUA (não conseguiu envolver parte das Forças Armadas e políticos de extrema direita) e do Reino Unido (UK) e da União Europeia. Também se apossou das instituições internacionais de economia e finanças, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (WB), Banco Central Europeu (BCE), e nacionais, como os bancos centrais privados (Banco da Inglaterra e o Federal Reserve System (FED) estadunidense) e “independentes”, como o Banco Central do Japão.

A banca está passando por uma transformação. As quarenta famílias que detinham o poder decisório estão sendo substituídas por uma tecnoburocracia de empresas financeiras, como BlackRock, State Street Global Advisors, Allianz Global Investors, Vanguard Group, Fidelity Investments, J.P. Morgan Asset Management, PIMCO, BNY Mellon Asset Management International, Amundi Group e Pramerica Investment Management. Estas constituem fundos trilionários, que administravam, em 2010, US$ 17,4 trilhões, montante 20% superior ao Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA (o maior do mundo).

Estes fundos são proprietários de grande número de empresas transnacionais, nas mais diversas áreas de atuação - industrial, serviços, comércio - e estão interferindo na gestão dos Estados Nacionais, do porte da Alemanha, França e Japão.

O mundo da banca é um mundo sem fronteiras para o capital. As fronteiras apenas conterão as migrações humanas. Sem governos nacionais, apenas gestores do interesse financeiro. E com guerras, pestes e fome que contenha o crescimento demográfico e, ainda mais, reduza a população mundial.

Ao escrever sobre as fraudes e mentiras da banca, posso dar um exemplo que certamente todos conhecem: a luta feminina pelo direito do aborto. É óbvio o interesse da banca neste projeto, mas ele financia a oposição religiosa e política contra o aborto criando uma verdadeira guerra híbrida, que tem sido sua mais marcante atuação nos últimos 15 anos.

A banca financiou as primaveras árabes, do leste europeu, da Ásia Central tendo obtido vitórias e derrotas. Narrarei suas derrotas e vitórias quando tratar da Rússia. A banca não tem partido político, religião, nem mesmo podemos atribuir a um País sua residência. É realmente uma novidade geopolítica, um sistema dominador.

O neoimperialismo estadunidense

Os EUA de Donald Trump, como se viu na citação de Meyssen que abre estas reflexões, não é mais o da banca de Obama e antecessores, democratas e republicanos. Nunca esquecer que foi o republicano Ronald Reagan que abriu as portas dos EUA para a banca.

Trump conseguiu e ainda mantém o apoio popular, malgrado a enorme campanha oposicionista que lhe move a banca nos EUA e no mundo, graças ao aumento dos empregos e da renda interna no seu País.

Ele deseja o retorno ao passado de potência industrial, colonizadora e impositiva dos interesses estadunidenses pelo mundo. O fiscal do mundo. Isto poderia ainda ocorrer, não tivesse a banca no poder, desde a década de 1980, e usasse os recursos dos EUA de espionagem, infiltração nos governos e movimentos políticos, construções de grupos e partidos para promover mudanças e insurreições demolidoras dos Estados Nacionais (vide objetivos e ações da banca) em proveito do capital financeiro.

Não há novidade. É o velho colonialismo econômico (empresas estadunidenses controlando as economias nacionais) e cultural (Coca-Cola, Hollywood, consumismo, por exemplo). Este modelo tenta revigorar a guerra fria, mas nem existe a URSS nem a China exporta revoluções, o que dificulta o convencimento.

A guerra de Trump, apesar das declarações pouco razoáveis e contraditórias, é comercial, como se viu no recente caso das sanções a 12 empresas russas que constroem, parcialmente, o jato para passageiros Irkut MC-21 – o primeiro no mundo, com capacidade para mais de 130 passageiros, a ter asas construídas de materiais compósitos (O que significam as sanções contra Rússia e China, por Pepe Escobar, no Asia Times, 18/10/18, na magnífica tradução do Vila Mandinga).

O neomercantilismo chinês

Outra novidade é a entrada da China com um tipo diferente de colonização.

Meus caros leitores devem recordar que, durante a Idade Média Europeia, a China se tornou uma potência naval e comercial. Mas, diferentemente dos países europeus, não buscou colonizar mas ganhar clientes, consumidores de seus produtos.

Sinólogos e conhecidos meus, que se dedicam ao estudo da China, afiançam que este interesse comercial ainda é a marca da colonização chinesa. Também Thierry Meyssan, Arkady Savitsky, Paul Craig Roberts, Pepe Escobar e outros articulistas de questões internacionais compartilham deste pensamento.

Julian Assange, em vídeo gravado para o World Ethical Data Forum, em Barcelona, afirmou: “Podem-se produzir inteligências artificiais muito robustas que podem ser acopladas a Estados. Você pode ver isso nos Estados Unidos e na China … essas duas forças vão conquistar todo o mercado. E a rápida concorrência entre eles, com o apoio dos estados que estão por trás deles, a exacerbação da competição comercial, através da competição geopolítica, levará a um desejo incontrolável de crescimento da capacidade de inteligência artificial, levando a um conflito muito grave ou estultificação” (Assange revela a maior ameaça à humanidade na mais recente gravação, Dinâmica Global, 10/10/18).

Na verdade, a competição pelo domínio das tecnologias da informação e da comunicação não acarretam, nelas mesmas, a principal disputa.

Este recurso é instrumental para a espionagem, construção de “fakes” de toda natureza e propósito, propaganda (verdadeira ou não), satélites, drones, muitos mais usos (inclusive em questões de saúde e sanitárias), mais não constituem, por si só, objeto de conflito.

Se há semelhança com outro momento histórico, voltaria ao Império Britânico, um manancial de práticas colonizadoras.

A China tem feito investimentos na África, na América Latina e, por óbvio, na Ásia. Eles me lembram os investimentos ingleses. Majoritariamente são voltados para o transporte; para facilitar o escoamento de produtos para a Matriz, o Centro Colonizador e transformador, e para a distribuição de produtos e serviços aos colonizados. Veja as ferrovias e portos na África e na Índia e, também, as ferrovias brasileiras, sempre no sentido leste-oeste, no País cuja integração relevante é norte-sul, mas o sentido da economia exportadora prevaleceu sobre aquele do desenvolvimento nacional.

No entanto não é fácil entender a China. Quando Mao Tse Tung, coerente com a formação de um país de trabalhadores (Marx-Lenin), vendo a burocracia soviética distanciar-se dos proletários e acomodar-se na política burguesa, impulsionou a Grande Revolução Cultural Proletária (1966), foi solapado pelas mesmas forças que dominavam a URSS. Dez anos depois morria e encerrava este renascimento político-ideológico.

O Presidente Xi Jin Ping (primeiro-ministro é Li Ke Qiang) lidera os nove homens que compõem o Comitê Permanente do Partido Comunista Chinês (PCC), que, por sua vez, controla o Comitê Militar, o Congresso Nacional do Povo (o Parlamento) e o Conselho de Estado (o braço administrativo do governo). Tendo obtido, no Congresso, em março de 2018, a reforma constitucional que permite ao presidente continuar no poder indefinidamente, podemos entender que o esforço de Mao se esvaiu e uma nova classe dirige a China. E com aprovação de 2.958 dos 2.963 parlamentares.

Por um lado, devemos ter a continuidade da política externa, ou seja, do neomercantilismo. 
Mas podemos também nos inquietar com a necessidade de ser criado um mercado interno chinês, como resposta à recessão mundial que a crise provocada pela banca deverá detonar nos próximos anos.

A criação do mercado interno pode provocar mudança de hábitos e valores. Será possível conter então novos movimentos, como da Praça da Paz Celestial, em 1989?

A China hoje pacífica e comercial manterá esta condição face à agressão dos EUA de Trump, a concorrência com o poder financeiro da banca e com o avanço russo na Ásia? São questões difíceis, mas que impulsionam a necessidade de fortalecimento da soberania brasileira, de um novo projeto de País.

O nacionalismo russo

A Rússia dos czares era europeia, voltada para as cortes francesas, austro-húngaras, inglesas, mas acolhia as lideranças asiáticas, dando-lhes títulos de nobreza e mantendo assim sua imensidão territorial.

Na URSS, a política das nacionalidades de Lenin, incorporou as lideranças e dirigentes asiáticos no Parlamento e na administração. E desenvolveu, na matriz industrial, as regiões ocupadas por cazaques, quirguizes, turcomens, uirgues e outros povos. Disto resultou um desenvolvimento diferenciado pelas culturas e prioridades regionais.

Ao fim da URSS, diversas repúblicas preferiram formar a Federação Russa. O período neoliberal de Boris Yeltsin, fez ressurgir e fortalecer o nacionalismo que levou e mantém no poder Vladimir Putin.

A banca atacou a Rússia, pois como já mostramos, os Estados Nacionais são seus inimigos. Com a Agência Central de Inteligência estadunidense (CIA) e órgãos dos EUA e do UK de sabotagem e incitamento às mudanças de governo e insurreições obtiveram algumas vitórias, com o auxílio de neonazistas na Ucrânia, e sofreram derrotas como a tentativa de invasão do Quirguistão.

Fortaleceu o sentimento nacionalista e o redirecionamento político para a Ásia.

A Federação Russa desenvolveu tecnologias bélicas que obrigaram o recuo anglo-estadunidense na Síria e novas estratégias da banca e do neoimperialismo de Trump do Oriente Médio.

Putin teve a sabedoria de desenvolver seu modelo industrial com as tecnologias de ponta e as compartilhando com as Repúblicas da Federação Russa, bem como a fabricação e responsabilidade pelos componentes e partes. Até agora, mesmo com as sanções da banca e do império estadunidense, consegue a aprovação popular, como demonstram as eleições na Rússia e nas demais repúblicas.

Thierry Meyssan analisa outra vertente (As reivindicações ocidentais sobre a Síria, Rede Voltaire, 18 de Setembro de 2018): “Os Estados Unidos querem manter o seu estatuto de potência indispensável, enquanto o Reino Unido e a França pretendem prosseguir o seu projeto colonial” e “As potências coloniais mantêm no Próximo-Oriente o seu poder por trás da aparência das democracias. Elas conseguem sempre constituir governos não-representativos dos povos. Desde 1926, no Líbano, e depois de 2005, no Iraque, as instituições foram concebidas sobretudo para impedir que esses países se tornem novamente Estados Nacionais. O Líbano está dividido em comunidades religiosas e o Iraque em regiões distintas com predominância de uma comunidade religiosa”.

Artigo publicado no site Dinâmica Global, em 19 de outubro de 2018 (Sauditas reivindicam a participação da Rússia no mercado mundial de petróleo), mostra que a Arábia Saudita, pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, ainda pretende manter sua ação mais próxima da banca que do governo Trump.

É significativa sua declaração que “Riad está à espera de um aumento sério na demanda de petróleo no futuro previsível. A economia mundial aumentará a demanda por “ouro negro” até 2030, a uma taxa de cerca de 1-1,5% ao ano. Salman acredita que a hegemonia do petróleo no mundo não impedirá nem mesmo a crescente demanda por fontes alternativas de energia, como energia elétrica e carros elétricos. O desaparecimento de um número de jogadores do mercado mundial de petróleo será devido ao fato de que eles não serão capazes de fornecer os volumes anteriores de suprimentos, acredita o príncipe saudita.

Riyadh acredita que a China reduzirá drasticamente a produção ou desaparecerá do mercado em cinco anos. E outros países também perderão o status de produtores de petróleo. Depois de 19 anos, a Rússia, que produz 11 milhões de barris por dia, talvez desapareça completamente do mercado mundial”.

Esta futurologia saudita apenas demonstra que a banca venceu Trump na Península Arábica.

A Rússia não é modelo, como não o é qualquer nação ou sistema ou ideologia estrangeira, em especial as que pretendem, como o neoliberalismo, o fim da humanidade, mas é um bom exemplo de como uma Nação pode viver à margem da banca e dos Impérios. Em primeiro lugar detendo as tecnologias de ponta, como buscou o Presidente Geisel.

O caminho para o Brasil

A banca aparelhou os EUA desde os anos 1980, e o Brasil a partir do Governo Sarney. Não é uma ação instantânea. Este aparelhamento sofreu, tanto lá quanto aqui, altos (Clinton, Obama, Collor, Fernando Henrique Cardoso- FHC) e baixos (Trump, Itamar). O resultado é que nos defrontamos agora com a luta pela nacionalização, como também ocorre com Donald Trump. Mas há uma grande diferença que nos impede uma aliança. Os EUA de Trump tem um projeto colonizador, repetir o passado recente do domínio capitalista industrial.

Neste aspecto o país mais próximo do Brasil é a Federação Russa, cuja orientação atual é asiática, onde cedo ou tarde encontrará a China. A nossa expansão se daria pela América do Sul e África, nossos mais próximos e fortes laços.

O primeiro passo para Independência será cortar as amarras que nos impuseram a banca e seus prepostos no Brasil. Denunciar e romper com o Tratado sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares, firmado por FHC, para termos condição de total desenvolvimento da energia nuclear. Depois eliminar as oportunidades de terceiros onde temos total capacitação de manter no Brasil os ganhos de nossas riquezas. Como exemplo cito a Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, que revogou a Lei nº 2004, de 1953.

Mas, além da eliminação dessas restrições, precisamos reformar o Estado, dificultando, se não impedindo, seu aparelhamento por interesses estranhos ao Brasil.  Escrevi, com o doutor em economia Gustavo Galvão, as “Reflexões para Discutir a Reforma do Estado”, publicadas em 25, 26, 27 e 28 de setembro de 2018, pelo jornal Monitor Mercantil. Não é a única solução, mas a que nos parece melhor e mais capaz de atender a Pátria nas condições atuais.

Outras importantes ações contra o domínio da banca são a estatização do Banco Central, hoje um instrumento do sistema financeiro contra o Brasil, e a volta aos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PNDs).

Em algumas oportunidades lamentei a campanha de todos os candidatos nesta eleição. Pareciam candidaturas extraterrestres, onde a questão nacional nunca era tratada. Discutiram-se opções sexuais, religiões, ideologias ultrapassadas, questões pedagógicas, mas os verdadeiros problemas nacionais, sua libertação dos colonizadores que lhe oprimem, o modo de sua inserção no mundo não eram debatidos.

O caminho para o Brasil é o da continuidade dos projetos de Getúlio Vargas e de Ernesto Geisel: desenvolvimento das tecnologias de ponta, nacionalização das riquezas naturais e reestruturação do Estado. E será tarefa hercúlea.

Concluo chamando atenção para a importância das tecnologias da informação e da comunicação de massa. E, como alertava Camões (Os Lusíadas):

“Traziam-na os horríficos algozes

Ante o Rei, já movido a piedade;

Mas o povo, com falsas e ferozes

Razões, à morte crua o persuade”

e não será Inês de Castro, mas a Pátria Brasileira que estará sendo imolada.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

Sunday, October 21, 2018

Minha simpatia é grande pelas lutas no Brasil, mas com certeza você não está sozinho.


  RESPOSTA DE UM AMIGO AMERICANO Mr. Dan McKissack que trabalha na - American Federation of Government Employees DEFCON VolunteerDe outubro de 2001 até o momento - https://www.facebook.com/dan.mckissack/about?lst=100013000153984%3A1847922119%3A1540150381

Ao receber estas duas notícias abaixo comentou:



"Os  Estados Unidos, pelo menos há várias décadas, deixaram de ser uma democracia em minha opinião. 

É uma oligarquia - os poucos governam todo o resto.

 Eu culpo  sua morte pela grande apatia e ignorância do povo americano.

 Minha simpatia é grande pelas lutas no Brasil, mas com certeza você não está sozinho.

"" Bem, doutor, o que nós temos - uma república ou uma monarquia? "

"Uma república, se você puder mantê-la."

 Resposta atribuída a Benjamin Franklin no encerramento da Convenção Constitucional de 1787, quando questionado ao deixar o Independence Hall no último dia de deliberação......

"Um povo licencioso não vai sustentar o governo republicano.
Temos que ter certeza de que o governo republicano, o governo não apenas do povo como todo o governo é, mas pelo e para o povo, não pereça da Terra. Se nós perdermos aqui, não é como se fosse ser reiniciado em outro lugar ". - Robert P. George, entrevista com Bill Kristol (abril de 2016), transcrição.

Uma república é uma forma de governo na qual os assuntos de Estado são uma "questão pública" (latim: rés publica ), não a preocupação privada dos governantes, na qual os cargos públicos são conseqüentemente nomeados ou eleitos ao invés de acomodados privadamente. (Herança ou mandato divino). Nos tempos modernos, a definição comum de uma República é um governo que exclui um monarca.

NOTÍCIAS ENVIADAS,

1) Este é o parecer de uma amiga, de 86 anos, que foi secretária do Presidente da Esso, no período da Ditadura Militar. ELA saia para combater a ditadura, após o expediente, as escondidas. Os generais punham seus filhos para trabalhar na Esso. Eles eram agentes de emprego dos seus parentes. Como ocorre até hoje  com na FIESP e na Globo.
 Gente esta eleição será a mais fraudada em toda historia deste País. É um enorme retrocesso, jamais mais visto em toda a  história. 

Este Exército golpista está com saudade de 1964. Muitos destes generais são filhos daqueles golpistas de 64. Um País tão rico comandado pelo pior Tribunal de Justiça, junto com estes helenos (USA) e eitchegoins (Israel) mafiosos que são os verdadeiros parasitas desta Nação.

2) Horror. 
Estes Fascista coxinhas de 6dz.de empresários que sempre mamaram das tetas do erário junto com estes Militares crias dos generais golpista de 1964 se enriqueceram com aquele golpe. Conheci muitos que na época moravam nos subúrbios do Rio. Depois através do Andreazza edificaram edifícios na beira mar de Copacabana, São Conrado, Leblon, Ipanema. Exemplo: Geisel { GENERAL ERNESTO GEISEL FEZ MUITA COISA BOA, MAS NÃO DEIXOU DE PECAR}. https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/governo-ernesto-geisel https://www.intrinseca.com.br/blog/2016/03/eu-quero-uma-casa-no-campo/
Um Eng. Civil que era responsável pela obras da casa, me relatou que  no final de  cada semana chegava a visita de um Cel. , de posse de uma Maleta grande, com dinheiro para pagamento dos trabalhadores e piões da obra  http://memoria.bn.br/pdf/030015/per030015_1996_00158.pdf ), Figueiredo, Castelo Branco, morto por acidente programado na época – queda de avião . O substituto do Geisel, o pior de todos. 
Os seus filhotes deram o golpe 2016/2017 e prenderam a maior figura do pais pela inveja e mando da CIA, através do Juiz Moro, apesar de que LULA E DILMA deixaram de fazer o que era promessa de na 1a .hora enquadrar ou tirar a concessão da Globo - Concessão PUBLICA. Eles devem agora chorar pitangas e reconhecerem este crasso erro.






Saturday, October 20, 2018

“Day After” – Lamber as feridas e reconstruir a esquerda

PREZADOS AMIGOS E COLEGAS, 

  A RESPOSTA A ESTE ANUNCIO. Day After” – Lamber as feridas e reconstruir a esquerda
PRIMEIRAMENTE TOMEMOS CONHECIMENTO DE:
DITADURA REPUBLICANA
 A NOVA PROPOSTA DE CONSTITUIÇÃO
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COMPLEMENTANDO AS INFORMAÇÕES ACIMA:
RECONSTRUIR UMA ESQUERDA PROGRESSISTA E JAMAIS COMUNISTA.
VIVA A SOCIETOCRACIA REPUBLICANA; COM BASE ECONÔMICA NO "CAPITALISMO POLICIADO" E  http://palacazgrandesartigos.blogspot.com/2017/11/assuntos-sobre-capitalismo-e-direitos.html
Nota: O Exército Brasileiro ainda sonha com os fardamentos da Monarquia e  as Ideias Retrógradas da  Maçonaria.  Ainda estão para incorporar  a "Alma da República Sociocrática".  Defendem somente a Oligarquia - Patrões, se esquecendo de dar o " Ombro Forte e a Mão Amiga"  aos Operários. Ainda não é um Exército Cidadão - http://societocratic-political-regime.blogspot.com/2016/12/exercito-cidadao.html

ATENCIOSAMENTE, DESEJO-LHES

SAÚDE, COM RESPEITO E FRATERNIDADE,

PAULO AUGUSTO LACAZ
PRESIDENTE
SCCBESME HUMANIDADE

Monday, October 15, 2018

Democracia e Ditaduras No Cardápio Eleitoral

     Uma questão está colocada por analistas políticos e jornalistas que não conseguem entrevistar o candidato mais votado no primeiro turno da eleição presidencial: qual a razão desta fuga?

É sobre esta questão que tentarei dar uma resposta.

Qual Projeto Será Vencedor

O Capitão, como todos já perceberam, não é pessoa preparada, ao contrário, diríamos que é bastante tosco, desconhece questões relativamente simples de economia e direito.

 E após mais de 20 anos como parlamentar, o que demonstra seu descaso pelo conhecimento, pela dedicação ao próprio trabalho.

Juntaram-se a ele, nesta eleição, dois grupos de interesses, buscando dominar o futuro do Brasil.

Um, que trato em diversos artigos, é o sistema financeiro, a banca. Um projeto de poder global, de ideologia neoliberal. Seu representante no grupo Bolsonaro é o economista Paulo Guedes, a quem o candidato chamou de “Posto Ipiranga”.
Mas temos observado que ora o “Posto” é desmentido pelo candidato, ora se apresenta, como seu porta voz, em reuniões fechadas de “financiadores”.

O segundo grupo, embora nacional, também tem amarras no exterior. É uma consequência do sistema colonial sempre vigente, desde o descobrimento, no Brasil. Denomino-o “jurídico-militar”.

É um projeto de apropriação do Estado para usufruto de alguns estamentos, onde ressaltam o jurídico (magistrados, promotores, procuradores, defensores públicos, delegados) e o militar. Não há um representante, mas os principais membros são o candidato a vice-presidente, General Hamilton Mourão, o General Sérgio Westphalen Etchegoyen, representando o atual governo de Michel Temer, o General Augusto Heleno Ribeiro Pereira, uma espécie de Papa Negro (o superior jesuíta, por muitos anos a maior influência no Vaticano) e o Ministro José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que nomeou o General Fernando Azevedo e Silva seu assessor, para a interligação jurídico-militar.

Este grupo tem, apenas, o projeto pessoal e classista de manter a apropriação dos recursos públicos, com privilégios, vantagens e benefícios, tributários, salariais, financeiros, e de toda ordem, como as elites sempre o fizeram no Brasil. 

E ainda falam de corrupção!

Estes dois grupos ainda não sentaram à mesa para repartir o butim chamado Brasil.

Daí a dificuldade de Bolsonaro enfrentar uma equipe de jornalistas, a não ser os amestrados e disciplinados aliados, e, principalmente, debater com seu adversário.

Como responder, por exemplo, o que fará com a Embraer? Os interesses são conflitantes.

 A banca quer colocá-la nos ativos da Boeing (Pentágono). Já o  estamento jurídico-militar vê os cargos e as comissões que a empresa lhes proporcionaria.

Consequências de um Grupo Prevalente

Podemos fazer cenários. As realidades são as nuvens do ardiloso político e banqueiro Magalhães Pinto, ora estão de um jeito, ora de outro.

Partimos de uma situação que é vista como inevitável nos próximos dois anos: a 14ª crise, desde que a banca assumiu o poder financeiro-econômico-político-midiático no mundo.

Esta crise é prevista por economistas do ATTAC (Associação pela Taxação das Transações pela Ação Cidadã), um grupo contra a banca, e pelos servidores da banca no Fundo Monetário Internacional (FMI).

No Brasil, já fragilizado pelas ações do Governo Temer e pelas ações parlamentares e da própria Dilma Rousseff, em seu segundo e incompleto mandato, com reservas em dólares estadunidenses, que deverão ser desvalorizadas no curso da crise, com qualquer dos dois grupos no comando da Nação, só poderá naufragar.

 Antevejo ondas de desempregados e saques e violência urbana aumentando.

 Uma insegurança de toda ordem: pessoal, patrimonial, jurídica, econômica e social.

 Pois, como ficou óbvio, nenhum dos litigantes no campo do Bolsonário tem projeto para a Pátria Brasileira.

Ambos grupos e, na verdade, toda esta campanha eleitoral, com a exceção do candidato Ciro Gomes, discutiram violência, sexo, ideologia, corrupção, tudo que não fosse a Questão Nacional, a Soberania do Brasil.

Chegaremos desguarnecidos a esta crise. 

Observe, o caro leitor, que, praticamente, tivemos uma crise a cada dois anos de dominação da banca (1990-2018).

Elas são necessárias para a concentração de renda.

Como lhe rouba a banca

Façamos breve pausa nesta análise eleitoral para entender uma das ações da banca. 

Como é evidente, são ações financeiras, uma vez que é a própria área de sua especialização.

Uma determinada instituição financeira (lembremos as desregulações dos anos 1980) cria vinte fundos de captação de recursos das pessoas, físicas e jurídicas.

Para o Fundo Um, o mínimo de aplicação é 500 milhões de dólares; para o Fundo Dois, o mínimo baixa para 200 milhões, o Fundo Três, 100, até o Fundo 20, para o qual não há valor mínimo. Nas crises, os aplicadores dos Fundos 10 a 20 perderão tudo ou percentuais decrescentemente variáveis, que servirão para incrementar os ganhos, também diferenciados, dos aplicadores nos Fundos 1 a 9. 

Chama-se concentração de renda e é um dos objetivos da banca.

Com estas captações, muitas originadas de paraísos fiscais, os fundos chegam a acumular vários PIBs brasileiros, hoje o 9º do mundo.

Acima de um bilhão de dólares temos oito empresas: BlackRock (4 bilhões), State Street (2), Allianz (2), Vanguard (2), Fidelity (1,8), J.P.Morgan (1,4), BNY Mellon (1,3), Amundi (1). 

Com estas fortunas os grupos tornam-se os donos ou principais acionistas de todas empresas multinacionais: ExxonMobil, Shell, Chevron, Unilever, Colgate-Palmolive, Coca-Cola, Nestlé etc.

Após a crise, você que tem apenas seu salário e colocou, com sacrifício, um pouco dele em um fundo, estará mais pobre. 

Por outro lado, a família real inglesa, os Windsor (ex Saxe-Coburgo-Gota), uma das maiores fortunas do mundo, estará mais rica.

É a consequência dos governos da banca. Transferir dinheiro dos mais pobres - pessoas ou países - para os mais ricos.

Estamento jurídico-militar

Pode parecer estranho que não tenha tratado da mídia. 
Esta tem e sempre teve influência decisiva no que denomino pedagogia colonial, em outras palavras, na formação de seu conhecimento, seu pensamento e de seu raciocínio.

É que a mídia brasileira também tem interesses conflitantes. 

Veja o caso do Sistema Globo. Sempre aliado da elite brasileira, por sua vez, pelo modelo agrário exportador, majoritário em sua formação, também dependente do exterior. 

Há alguma identidade de propósitos entre estes 1% de brasileiros e a banca.

No entanto, como no exemplo acima, poucos, na verdade nenhum é  investidor do Fundo 1. 
No melhor, estarão nos Fundos 8 ou 9, de menores ganhos, ou até dos 10 ou 11, das menores perdas. A Globo assim se posiciona. Também a Record, do Bispo Macedo, apoiadora do Capitão.

Vemos portanto um conflito que se explicita em afirmações ou interrogações dos âncoras, comentaristas ou repórteres destas emissoras.

O estamento jurídico-militar é majoritariamente de classe média, dos capitães-do-mato, um ou outro, pouquíssimos, estão no 1% da elite dominante, voltadas para o exterior.

É esta promoção o maior incentivo deles, daí serem os corruptos mais facilmente identificados, como os parlamentares, magistrados (juízes e desembargadores), promotores e empresários, frequentemente citados em delações.

Os banqueiros, por outro lado, não frequentam a lista da corrupção, como se o dinheiro, que circula em suas mãos, tivesse recebido absolvição e indulgência plenária.

Ambos grupos, banca e estamento jurídico-militar, esperam a ditadura, já a estão formando com os “fakes” pós eleitoral, caso seu candidato seja escolhido. 

Na democracia suas ações sempre podem e, certamente, serão conhecidas e divulgadas. 

Principalmente pelas comunicações virtuais, que, em meu cenário, serão prioritariamente atingidas.

Oposição

Denomino “Oposição” pois o Brasil é hoje dirigido pelo Consórcio Banca-Estamento Jurídico-Militar. Como já antecipei, não entrou nesta campanha a Questão da Pátria Brasileira.

O que propõe, então, o candidato Haddad?

Apenas, e nem é pouco, manter ou reviver a democracia. 

Daí certas dificuldades em se pronunciar sobre o governo onde estarão, provavelmente, representantes de muitas forças, até as que formaram oposição a seu partido.

Poderíamos afirmar que é uma geleia geral.

 Mas o que é a democracia senão o  sistema que acolhe todos os contrários? Que aceita e inclui todos?

Seria mais do mesmo?

 Não creio. A sociedade também não é a mesma. Mas haverá um mínimo, como nos governos Lula, de avanço social. E os banqueiros, as elites voltadas para o estrangeiro, o estamento jurídico-militar continuarão atuando. 

As questões transversais também reivindicando espaço no poder, cidadania e reconhecimento.

E a formação da civilização brasileira mantendo seu projeto de nação plural.

Isto resolverá a questão da crise preparada pela banca?

Certamente não, mas poderá repatriar as reservas, antes que derretam, e usá-las na garantia de emprego e renda no Brasil. 

Poderá rediscutir as prioridades do Banco Central e proteger a economia, a indústria, o comércio e o agronegócio nacionais, deixando os multinacionais a cargo de seus donos.

Na democracia todas as opções podem ser colocadas à mesa, sem que seja necessariamente para divisão do espólio, do que restou após o tsunami da banca.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado