De: Pedro Pinho <pedroapinho652@gmail.com>
Para: undisclosed-recipients:;
Assunto: Mal du Siècle, Apocalypse Now ou Evangelistão do Pó?
Data: Ter 19/11/19 11:20
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Assunto: Mal du Siècle, Apocalypse Now ou Evangelistão do Pó?
Data: Ter 19/11/19 11:20
Mal du
Siècle, Apocalypse Now ou Evangelistão do Pó?
Desde a "primavera de
maio de 1968" iniciada em Paris pelos capitais do imperialismo
anglo-israelense-estadunidense, estes buscam dominar o mundo como num
verdadeiro conto de terror, das distopias como a descrita em 1984, por George Orwell.
O mais curioso e que estas
dissonâncias - 1984 foi escrito contra o comunismo, mas representou muito bem o
que se constrói com o neoliberalismo -, usando os recursos das tecnologias da
informação e da comunicação, terminam por causar flagelos e apatias nas
sociedades.
A mais antiga e eficiente
construção das irrealidades são as mentiras do poder.
Poderíamos começar com exemplos da Idade
Média, da Idade Moderna, mas estaríamos europeizando a história.
Veja o caro leitor que,
por História Geral ou História Universal, só é ensinada a história européia:
após rápida passagem pelo Egito e Oriente Médio, a história se detém na Grécia,
em Roma, no feudalismo, na Renascimento etc etc.
Os grandes impérios
orientais, a magnífica construção do subcontinente indiano, para não falar do
berço da humanidade, a África, estão fora do conhecimento de todos os
habitantes do continente americano e, obviamente, dos livros europeus, para uso
interno e para exportação cultural e ideológica.
Temos um exemplo.
A revista National
Geographic, que se pretende erudita e divulgadora dos fatos do mundo, no número
brasileiro de agosto de 2008 (Ano 9 - Nº 101), apresenta a matéria de capa
sobre o Irã.
Desde logo, escreve:
"o passado de glória inspira uma nação dividida". Dividida? como?
Nada na reportagem indica qual a divisão existente no país.
Seria o mesmo que chamar os Estados Unidos da
América (EUA) ou o Estado de Israel de nações divididas, pois nelas existem
diversos partidos políticos, embora sejam proibidas manifestações que o poder
destes países considere antagônicas à sociedade (sic).
Mas há um trecho ainda mais grotesco, quando
procura mistificar e reduzir o "Cilindro de Ciro". Este objeto, de
forma cilíndrica e escrita cuneiforme, contém um código social, de mais de 500
anos antes da Era Cristã, em favor da liberdade, contra a escravidão e a
opressão.
Não por acaso foi surrupiado dos iranianos
pelo conquistador inglês e se encontra "guardado" no Museu Britânico,
em Londres.
Mas há ainda maior
discrepância com a realidade quando se compara o Cilindro de Ciro com a Magna
Carta inglesa, como se o código persa estivesse "antecipando em quase dois
milênios" um acordo dos barões britânicos.
Esta ficção em torno das
Magnas Cartas, pois os dois documentos, um firmado por João sem Terra e outro
por seu filho Henrique III, colocavam restrições à ação do rei em usurpar
terras dos nobres, quando de suas sucessões, e davam outras garantias que não
ultrapassavam aos membros da nobreza.
Temos a construção de
mentiras que de tanto serem repetidas acabam sendo tão comuns e correntes como
o ar que respiramos. Este sim, o ar mais poluído do planeta, pela enorme
quantidade de inverdades, segregações, calúnias e deturpações.
As primaveras, desde a
francesa, passando pela iugoslava (1990/1991) e as diversas ocorridas desde a
queda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), nada mais foram do
que a articulação dos serviços secretos estadunidenses (CIA, NSA etc),
britânico (MI6) e israelense (Mossad) para evitar que líderes nacionalistas e
populares, com o apoio de seus povos, atingissem o poder nacional.
Há uma luta feroz contra a
humanidade, envolvendo igrejas neopentecostais, produtores e traficantes de
drogas, contrabandistas de pessoas e armas, o sistema financeiro internacional
(banca) e estes serviços secretos do eixo do mal, para evitar o surgimento de
Estados Nacionais Soberanos e Cidadãos.
É um verdadeiro refluxo
civilizatório se considerarmos o Brasil de Vargas (1930) a Geisel (1979). O que
poderia ser hoje uma potência, discutindo um novo mundo que se constrói com a
aliança euro-asiática, é um país cada vez mais despido de autonomia decisória
mais caudatária dos interesses das finanças internacionais e dos interesses dos
novos e velhos impérios.
Para os que ainda têm
qualquer ilusão dos males dos impérios, estude a África.
No período em que a Europa vivia repartida em
feudos, que as pessoas morriam pelas estradas de fome, de frio, ao abandono, o
Reino Bantu coletava impostos em ampla área do centro e oeste africano. Pela
força das armas e das traições, pelas corrupções e mentiras, os europeus, em
especial os ingleses, assassinaram etnias, exterminaram línguas e culturas,
escravizaram povos e saquearam seus recursos naturais.
E o que deixaram?
Países artificialmente
constituídos, com legislações impostas pelos colonizadores, sem soberania para
explorar em benefício próprio suas riquezas naturais e culturais.
E o neoliberalismo, a
ideologia destes colonizadores do século XXI, destiladas em todas as camadas
sociais pela teologia da prosperidade, principalmente em igrejas
neopentecostais, também incorpora o neomalthusianismo.
Sendo a contínua
concentração de renda um objetivo da banca, chegará um momento em que seu maior
inimigo não mais será o desenvolvimentismo industrial ou a mais equânime
distribuição de riquezas.
Será pura e simplesmente o crescimento
populacional.
Observe as inúmeras
campanhas pelo controle da natalidade, pelo incentivo às práticas infecundas
das relações homossexuais, pelos ônus crescentes de novos filhos.
Ter filhos, muitos filhos
é uma forma de reagir ao apocalipse neoliberal.
Do mesmo modo a
valorização das culturas e produtos nacionais, o maior conhecimento da própria
história, será uma reação à homogeneização, à pasteurização do mundo e da
existência. Ou cairemos vítimas de nós mesmos, da nossa abulia, da nossa
ignorância, das nossas opções instigadas por inimigos da própria raça humana.
Por fim, quero agradecer
ao Duplo Expresso, na pessoa de seu fundador, Romulus Maya, a expressão
"evangelistão do pó", usada no título, que resume esplendidamente a
grande e atual ameaça ao Brasil: o projeto antinacional, religioso, associado
ao tráfico de drogas como representante da banca.
Triste trópico!
Pedro Augusto Pinho, avô,
administrador aposentado
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