O jornalista Paulo Henrique Amorim, com sua capacidade de expressar em poucas palavras todo discurso do enlutado Brasil, escreveu no “Conversa Afiada”: “A ditadura é do judiciário! Com o chicote da polícia”.
São estes “cidadãos acima de suspeita”, escondidos nas instituições, inalcançáveis, que provocam as maiores catástrofes, os genocídios de corpo e de almas, matando pessoas e reputações.
Vamos rememorar, pois a mídia, estas seis famílias que controlam tudo o que você imagina saber e, pior ainda, sentir, grande aliada da ditadura do judiciário, nos fornece os nomes.
Quem assassinou Getúlio Vargas foi o mesmo assassino do Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, a pessoa ou instituição que designo “o agente”.
Quem são os agentes? São todos que atuam em favor dos interesses estrangeiros, no Brasil; eles estão nas Forças Armadas, estão na imprensa, em partidos políticos e, hoje, dominam o Poder Judiciário e, com este, as procuradorias e as polícias.
Escrevi, recentemente, a metafórica evolução do poder por suas vestes: a sotaina, da inquisição, que deu lugar à farda, das ditaduras militares, a qual dá lugar à toga, do arbítrio jurídico.
Vejamos um simples e claro exemplo.
O jornalista Luis Nassif noticiou um fato, com base em acervos dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, envolvendo o preso ex-deputado Eduardo Cunha. E, por isso, é condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Mas a blogueira Joise Hasselmann é absolvida pela Justiça de São Paulo, após chamar Lula, literalmente, de "ladrão" e "criminoso".
“No caso de Nassif - que nem de longe usa as mesmas expressões com Cunha - o TJ-RJ entendeu como dano à imagem de Cunha a associação do deputado cassado - hoje preso e condenado na Lava Jato - a esquemas de corrupção não julgados. No caso da blogueira, as ofensas a Lula eram proporcionais à indignação que as acusações ao petista causaram à sociedade” (GGN em 02/10/2017).
Ou às condenações por “convencimento” e não pelo que consta dos autos, ou seja, sem provas. E uma Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou José Dirceu à prisão confessando não haver crime, mas pela “literatura jurídica”.
Caros amigos leitores, precisamos mais para entendermos viver uma nova forma de ditadura?
Mais esta nova ditadura não caiu do céu por descuido. Ela vem sendo urdida pelo sistema financeiro internacional, que abrevio denominando “banca”.
A Igreja restringiu seu poder pela evolução da sociedade; as contradições entre a “palavra de Deus” e as ações de seus “representantes” foi tão importante quanto o aumento do conhecimento do homem pelo próprio homem, o progresso das ciências.
As Forças Armadas passaram a significar nas sociedades o “arbítrio”, o que se convencionou chamar “ausência do estado de direito” ou da prevalência da lei.
Agora, por paradoxal que seja, a justiça passa a ser motivo da “insegurança jurídica”. Não são os fatos objetivamente apresentados, não são as provas materiais e insofismáveis, mas as notícias veiculadas com evidente interesse financeiro, sem respeito aos fatos nem mesmo à lógica, que embasam decisões judiciais. E esta imprensa adota a célebre frase de Beaumarchais: caluniai, caluniai; sempre fica alguma coisa.
A quem servem então estas novas vestes da ditadura?
Aos mesmo interesses alienígenas que todas demais roupagens.
Se o tiro que matou Vargas partiu dos interesses expansionistas do capital industrial estadunidense, os que assassinaram o professor Cancellier saíram do capital financeiro internacional, da banca.
Parece que a sutileza da ação da banca está mais difícil de ser entendida do que a clareza da repressão policial e militar.
Um ex-agente da banca, que se autodenomina “assassino econômico”, em três livros, todos editados no Brasil, mostra, por sua atuação, uma das vertentes da banca. John Perkins demonstrou, mais uma vez, o que meu caros leitores já leram em diversos artigos:
a primeira arma da banca é a dívida.
Como agente da banca, Perkins viajou pela África, Ásia, América Latina e Oriente Médio oferecendo tão somente isto: dívida. Quer diretamente ao sistema financeiro controlado pelas três ou quatro dúzias de famílias, quer por outras instituições menos evidentes, mas igualmente controladas por elas, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (WB) e outros organismos financeiros supostamente supranacionais.
O que ele não mostra, mas todos já sabemos, é que os veículos de comunicação de massa, em quase sua totalidade, criam o clima favorável às ações destes assassinos.
E, com alguns insucessos no uso das Forças Armadas, como no Peru, com o General Juan Velasco Alvarado, no Equador, com a Junta Militar de 1972-1979, com o General Omar Torrijos, no Panamá, e no Brasil do General Ernesto Geisel, a banca escolheu a justiça, a toga, para substituir a farda.
Estão aí o agente Sergio Moro e toda sua equipe da Lava Jato em frequentes viagens aos Estados Unidos da América (EUA) para afinarem, articularem suas ações no interesse da banca.
Um pequeno tópico antes de prosseguir. Muitas pessoas, com o pensamento nas colonizações pré-financeiras, ainda atribuem aos países e não ao sistema a ação predatória que nos aflige. Hoje, as estruturas dos EUA, o denominado “estado profundo”, assim como dos países da Europa Continental e do Reino Unido (UK) são subordinadas aos interesses da banca. Apenas no UK, onde a realeza é parte da banca, podemos dizer que eles se confundem. A disputa de Trump com a administração dos EUA é manifestação da divergência (banca/Estado Nacional), como também ocorre e ocorreu em alguns governos de Portugal.
A conivência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – fazendo “vista grossa” às ações, de juizados e tribunais, cometidas muitas vezes, em total oposição à lei e à jurisprudência – apenas reforça o diagnóstico da tomada do judiciário pela banca.
Ora, diante de tamanha insegurança jurídica e, ainda pior, do partidarismo político em julgamentos, as pessoas, notadamente da marginalidade, em todos seus estratos socioeconômicos, sentem-se à vontade para delinquir. E daí decorrem assassinatos de vidas e reputações, com total impunidade.
Se este desacerto apenas deixasse o Reitor como mártir, que o é, e portanto findasse, não continuaríamos a conviver com estes agentes. Mas não creio. O objetivo da banca, neste estágio de seu processo de dominação, é a destruição dos Estados Nacionais. Para este desiderato o golpe de 2016 age com celeridade e crueldade. Só com ampla reforma, com a revisão institucional de nosso Brasil podemos nos antepor à sua destruição.
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado
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