Thursday, August 30, 2018

DELÍRIOS PRIVATISTAS


    Neste tempo pré-eleitoral e com a ditadura jurídico-midiática que se instalou no Brasil, ouvimos, vemos, lemos as maiores barbaridades como sensatas reflexões e propostas para um País melhor.

Ressalta, dentre todas, o lema: vou privatizar tudo, e com cinismo de quem quer demonstrar que não é um radical, conclui, “menos a Petrobrás e o Banco do Brasil”.

Caros leitores.

A Petrobrás, não sou eu, um simples avô e aposentado, quem o diz, mas as empresas e a academia mundial voltadas para o petróleo, que concedem a esta empresa brasileira, por anos seguidos, prêmios pela competência técnica, pela solução inovadora, pelos feitos únicos no que se chama fronteira tecnológica.

Trabalhar sem a associação da Petrobrás é provocar, no mínimo, os desastres ecológicos, humanos e mesmo econômicos que cometeram a Exxon Mobil, no Alasca, a BP, no Golfo do México, a Total, a Shell, a Chevron, na África, e esta última também no Brasil. Atualmente, as plataformas de petróleo no Mar do Norte são um barril de pólvora, pronto para explodir, e nelas trabalham todas estas empresas e a norueguesa, recém renomeada, Equinor.

Assim, privatizar a Petrobrás é perder um parceiro importantíssimo para ganhar dinheiro no Brasil, como privatizar o Banco do Brasil é dar um tiro no setor agropecuário, na bancada do boi.

Quanta falsidade destes candidatos.

A Petrobrás, na prática, é uma empresa privada desde 1997, quando o governo do PSDB com o DEM, tendo por aliados partidos que se dizem trabalhistas, como o PTB, socialistas, como o PPS, e o MDB de Temer, Jucá, Moreira Franco, Geddel, Eduardo Cunha, Padilha e outros notórios investigados e condenados por corrupção, revogou o estabelecido na Constituição e promulgou a Lei nº 9.478/1997, que colocou toda a atividade de petróleo à disposição das empresas privadas, ou seja, das empresas estrangeiras.

O recente caso da greve dos caminhoneiros, com prejuízos ainda sentidos até hoje, é bem o exemplo do que a privatização de setores estratégicos provoca para a população brasileira.

E veem os senhores Alckmin, Meirelles, Amoêdo, Álvaro Dias, bem como Eymael, Cabo Daciolo, a senhora Marina e o Bolsonaro, que também promete assassinar grande parte da população brasileira: pretos e índios, pobres e mulheres, que não sejam escravas dos homens, e os de opção sexual diferente das duas de formulários padronizados (será que ele inclui a Ministra do STF, entre suas desafetas?), proclamando seus delírios privatistas.

A tal ponto que as grandes empresas especuladoras com o dinheiro dos outros – a Blackrock e seus seis trilhões de dólares, a Vanguard, com cinco trilhões, a State Street Global Advisors (SsgA) com três trilhões, a modesta Fidelity, com pequeno trilhão e meio de dólares –, corrompendo governos, empresas, partidos políticos, estruturas do estado (por que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, criada pelos mesmos privatistas tucanos, em 1997, não defende o interesse dos consumidores brasileiros?) e muito facilmente políticos, participam da eleição, como se deduz, com a maioria dos candidatos à presidência do Brasil.

E mesmo aqueles que não pertencem a este grupo privatista, se sentem ameaçados e intimidados para afirmar que setores estratégicos, como o do petróleo, da energia, das comunicações e da informação, da exploração mineral, dos transportes e da saúde e da educação, são como as Forças Armadas: exclusivos de brasileiros e subordinados ao interesse do povo, do Estado Nacional.

Não podem ser entregues à especulação de grupos estrangeiros, que é o destino destas privatizações, diretamente ou por laranjas, testas de ferro.

Muito mais do que um político honesto e bem intencionado, é preciso votar em quem tenha amor ao Brasil, saiba exatamente o que está em jogo: transformar-nos na colônia dos interesses dos grandes grupos financeiros, dos especuladores que só desejam desregulações, liberdade para assaltar as nações, como os corsários que freqüentaram nossas costas no tempo das caravelas e eram condecorados pelos reis e rainhas ingleses.

A imprensa das seis famílias que oligopolizam a informação no Brasil, busca chamar atenção para o que não nos importa, para o que ocorre em outros países, em outras realidades e colocar medo, gerar insegurança, desvirtuar e deturpar os fatos para que as pessoas corram para os bandidos e evitem os mocinhos.

Precisamos voltar a ter o Brasil brasileiro. Sem ódio, sem nazismo, sem xenofobia e exclusões, mas com o interesse nacional acima de tudo e dos brasileiros acima de todos. 

Não atacamos pessoas, não queremos conflitos de natureza étnica ou entre seres humanos.

Denunciamos a ideologia da guerra, das migrações de milhares de crianças, mulheres, homens e idosos, da escravidão pela dívida, que é a ideologia neoliberal, a matriz dessas empresas de especulação, hoje donas de quase todas as demais.

Pela Pátria Livre, pelo Brasil Soberano.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado pedroapinho652@gmail.com


Thursday, August 9, 2018

O FURTO DO PETRÓLEO

O mundo do petróleo é complicado. Não mais do que o da energia nuclear ou da informática quântica. 

A questão é ter a chave certa para abrir a porta que desvende seus segredos.

Mas ter esta chave custa muito.

 São anos de estudo, de trabalho, de gastos perdidos com a serralheria inadequada. 

Quando você abre a porta, vem o prêmio.

O prêmio do petróleo se chama reservatório, o lugar onde o gás e o óleo ficam armazenados. E como no entender de Einstein, a natureza é sutil nunca maldosa, cada reservatório tem sua peculiaridade. Como os dentes de uma chave.

Quando você consegue ter, finalmente, a chave certa, já gastou muito dinheiro, já acumulou muito conhecimento e vai, finalmente, usufruir deste esforço, muitas vezes resultado de anos e anos, de mais de uma geração.

E aí surge um ladrão. 

Como na fábula que o gato tirava as castanhas do fogo e o macaco ia comendo.

O macaco aqui são as empresas estrangeiras de petróleo e as castanhas tem o nome complicado de cessão onerosa.

Vamos abrir esta porta.

A Petrobrás descobriu a maior reserva de petróleo do último meio século. E não foi apenas este feito notável da capacidade de seus geólogos, engenheiros e de todo corpo técnico.

Esta descoberta ocorreu quando as grandes empresas internacionais de petróleo estavam com suas reservas em queda. Isto significa o mesmo que afirmar que já enxergavam o fim de suas produções.

O amigo leitor pode confirmar este fato de modo muito simples. Nestes últimos 15/20 anos houve a maior fusão, incorporação, compra de empresas de petróleo no seu próprio meio. Por exemplo: Texaco e Chevron viraram Chevron, Gulf foi assimilada pela Total (francesa) e a Exxon incorporou a Mobil Oil passando a ser a ExxonMobil.

E vai a Petrobrás e apresenta o pré-sal. 

Uma reserva de petróleo que cada dia mais surpreende pelo gigantesco tamanho. 

Uma Arábia Saudita nas costas brasileiras.

É bom que se saiba que todo petróleo descoberto no Brasil pertence ao povo brasileiro. 

É um bem finito e insubstituível. 

O Governo que autoriza a produção. Para isso criou a Petrobrás, em 1954, e por muitos anos todo petróleo descoberto aqui foi para nosso País. Ainda seria se governantes nada nacionalistas, não tivessem permitido empresas estrangeiras explorarem petróleo no Brasil.

Mas uma coisa é procurar o petróleo, outra é usufruir do petróleo descoberto por outro.

A denominada cessão onerosa é o petróleo que a Petrobrás já descobriu e que o deputado José Carlos Aleluia (DEM), da Bahia, em maquinações com o deputado Rodrigo Maia (DEM), do Rio de Janeiro, por golpe no Congresso e no povo brasileiro, numa noite, permitiram que, por um copinho d’água, a Chevron e a ExxonMobil, por exemplo, ficassem com o nosso petróleo do pré-sal. 

O já descoberto, sem qualquer risco nem custo com a chave.

Que nome o leitor disse mesmo?

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado  pedroaugustopinho@hotmail.com

Tuesday, August 7, 2018

"Hegemonia", "Projeto de poder"

De: Pedro Pinho <pedroapinho652@gmail.com>
Para: undisclosed-recipients:;
Assunto: Hegemonia, Projeto de Poder etc
Data: Seg 6/08/18 11:11

Este artigo de articulista que não conheço e nunca havia lido, até onde a memória me deixa, tem consideração óbvias. E de tão óbvias, invisíveis. Tive um professor de administração que costumava dizer: o óbvio é o mais difícil de ser visto. Também Sherlock Holmes dá uma prova de que não se vê o óbvio ao Dr. Watson perguntando quantos degraus tinha a escada de acesso ao andar deles.

Segue o artigo.

Boa leitura.

"Hegemonia", "Projeto de poder" e a miséria do discurso das oposições
por Fernando Horta
Desde 2013, uma parte do argumento contra os governos do PT foi ligada a uma teoria da conspiração que faria inveja ao submundo da Guerra Fria: o Foro de São Paulo. Agora, um pedaço da esquerda, em oposição à Lula, cria uma versão “intelectual” do mesmo argumento, a “hegemonia” do PT.  
Se o leitor gosta de Teorias da conspiração vale fazer uma pequena busca no google a respeito dos termos “annunakis”, “Nibiru”, “illuminati” e ligar com o “11 de setembro”, o assassinato de Kennedy ou a morte de Elvis. Se quiser produzir algo próprio, juntando tudo isto, tenho certeza que será muito lido. Teorias da conspiração estão entre os assuntos mais apaixonantes das redes. É possível passar-se horas debruçados nas histórias da “Passagem Dyatlov” ou da rádio fantasma UVB-76.
O que faz com que tais construções sejam tão apaixonantes é que elas são erguidas sobre alguns fatos verificáveis empiricamente, mas que são extrapolados, em forma de explicação, para o campo fértil do imaginário. O “Foro de São Paulo” e a “Hegemonia” ou o “Projeto de poder do PT” estão exatamente nesta categoria. Não vou tratar do Foro aqui, deixemos para um segundo texto, mas, nos últimos dias, a direita raivosa recebeu a ajuda de uma esquerda magoada e afinaram o discurso.
Para começar a conversa, não há um partido, agremiação ou mesmo pessoa, no mundo, que não tenha um “projeto de poder”. Projeto remete ao tempo futuro e é claro que as ações humanas no presente levam em conta os cenários do futuro. Me arrisco a dizer que mesmo São Francisco de Assis poderia ser acusado de ter um “projeto de poder” ao abandonar a riqueza e “dominar a mente e os corações” dos animais e das populações mais pobres. Claramente num perigoso esforço comunista revolucionário.
De um congressista conservador no interior do Texas, a um Brahmin (casta alta na Índia) dentro do Rajya Sabha (câmara alta indiana), todos têm um projeto para manterem-se no poder. E isto vale para professores dentro de um colégio ou numa universidade, para advogados dentro de uma banca, médicos dentro de um hospital e absolutamente todo e qualquer ser humano que existe ou já existiu e vive em alguma sociedade.
Por que, patavinas, um partido – cuja função essencial é racionalizar, representar e exercer poder – seria diferente?
O argumento da direita, que exerceu forte impacto nas narrativas da conspiração desde 2013, é simplesmente inócuo. É claro que o PT tem um projeto de poder. Como, afinal, TODOS os partidos. No Brasil e no mundo. Acusar um partido de ter um “projeto de poder” é como acusar uma planta de fazer fotossíntese ou acusar um Leão de comer carne. Dizer que um partido “quer se perpetuar no poder” é uma asneira sem sentido, já que TODOS os partidos querem se perpetuar no poder. Cabe ao campo da oposição se organizar para atender o interesse das massas e – dentro do jogo democrático que prevê eleições periódicas – barrar este projeto. Ocorre que quando um partido barra o “desejo de poder” do outro, imediatamente ele dá vão ao seu próprio “desejo de poder”. E, no Brasil, é mais fácil acusar o governo de “dominador” do que modular o discurso da oposição para o patamar das demandas históricas da população.
Vamos lembrar que o PT, por exemplo, votou contra a famosa emenda da reeleição de FHC.
O “Projeto de poder”, portanto, não passa de uma romantização do choro dos perdedores. Uma forma de colocar a culpa da incapacidade dos opositores de oferecer à sociedade brasileira um projeto competitivo para o país e para a sociedade. É claro que no clima de histeria criado após 2013, clima, aliás, que resultou num dos pilares discursivos para a deposição de Dilma, o “projeto de poder” foi parar até na boca de Suas Santidades os ministros do STF, e no “power point” de membros do nosso neutro e republicano MPF.
Este ponto do discurso da direita golpista, de tão raso e insustentável, foi deixado de lado. Percebam que mesmo o ataque ao “Foro de São Paulo” fica restrito a círculos de seguidores de um astrólogo que fazem e compartilham entre si vídeos em redes sociais. É quase uma sociedade fechada muar.
O que chama à atenção é a adesão de uma parte magoada da esquerda brasileira à MESMA TESE, agora com a utilização (errada) de um conceito caro à literatura de esquerda: a tal hegemonia. Abisma o uso por parte da esquerda de um termo de forma tão equivocada, empírica e teoricamente.
É Gramsci quem primeiro e melhor codifica a ideia de hegemonia. Segundo o italiano, ela ocorre em conjunto (ou substituição) à dominação física nua e crua. A “hegemonia” é a ACEITAÇÃO por meio do convencimento da dominação de classe. O ponto principal, portanto, do conceito de hegemonia não é a ideia de dominação ou de superioridade, mas o componente da aceitação pelo dominado do papel de dominado. É uma ferramenta que aparece muito fortemente no conceito de “meritocracia”A burguesia explica sua superioridade no controle financeiro e material do mundo através da ideia de “mérito” e cria, na cabeça dos dominados, uma noção legítima desta dominação. Este processo diminui os custos de manutenção do poder. Por convencer os dominados que eles assim o são porque o dominador é “melhor”, diminui-se a necessidade do emprego da violência.
Uma massa sob o efeito da hegemonia não a questiona. Se há, pois, o reconhecimento da dominação e o seu QUESTIONAMENTO, não há que se falar em “hegemonia”.
O conceito não se verifica sequer empiricamente. Lembremos que o primeiro ministério de Lula, por exemplo, era composto por Roberto Amaral, Miro Teixeira, Cristóvão Buarque, Agnelo Queiroz (que na época era do PCdoB), Ciro Gomes, Marina Silva, Walfrido Mares Guia e Henrique Meirelles. Chega a ser risível o argumento de que Lula evitou o surgimento de novas lideranças quando quase todos os candidatos com alguma chance à presidência do Brasil em 2018 surgem e crescem nacionalmente sob as oportunidades dadas por Lula.
Mesmo o PT não pode ser acusado deste absurdo. Veja-se que em 2018, por exemplo, houve expressa negociação para o apoio a Marcelo Freixo no Rio de Janeiro, que é, um dos três maiores colégios eleitorais do país. Ainda, em vários estados, o partido opta por apoiar candidaturas de outros partidos ao invés de “hegemonicamente” impor candidaturas locais próprias. E isto ocorreu em 2014, em 2016, e é marca em 2018.
O que não se pode querer é que um partido que foi apeado do poder por um golpe e que tem o candidato à presidência com maior número de intenções de voto, simplesmente abra mão de todo o seu capital político, amealhado democrática e republicanamente nos últimos anos, para se submeter a sabujos argumentativos como “autocrítica”, “projeto de poder”, “hegemonia” ou qualquer outro embuste que tenta se vender como imperativo moral neste momento.
O choro de parte da esquerda, que imita o mesquinho argumento da direita, apenas desvela a incapacidade desta mesma esquerda de se constituir como alternativa viável aos olhos da imensa maioria da população. O governo Lula foi pródigo em oportunidades políticas, quem não as aproveitou, por incompetência própria, hoje se aproxima dos argumentos enviesados de uma direita tosca e fascista.
Da direita, entretanto, espera-se bobagens, sandices e asneiras. Da esquerda ilustrada, se elas surgem, denotam uma certa falta de respeito. Especialmente para com aqueles que têm capital cultural e formação para compreenderem o tamanho da pilhéria.
Não senhores, estamos num tempo em que o “choro” não é livre ... É preciso amadurecer.
Fernando Horta - Graduação em história pela UFRGS e mestrado em Relações Internacionais pela UnB. Atualmente é doutorando da UnB. Tem experiência na área de História, com ênfase em História da Ciência, Epistemologia e Teoria de História e de Relações Internacionais.