Tuesday, July 31, 2018

AS DESPROPORÇÕES DE UMA POLÍTICA RADICAL

     Certos eventos, algumas manifestações populares, tem o poder de despertar, fazer aflorar o que de mais primitivo, os mais arraigados preconceitos e a maior ignorância sobre fatos, possa existir nas pessoas.

O exemplo mais recente foi a realização, em Havana, da 24ª reunião do Foro de São Paulo, criado em julho de 1990.

Os anos 1980 foram de fundamental importância para a luta que o capital financeiro travava com o capital industrial. 

A designação de Margaret Thatcher – para Primeira Ministra do Reino Unido (UK), em 1979 (duraria até 1990) – e a eleição de Ronald Reagan – para Presidente (1981-1989) dos Estados Unidos da América (EUA) – levaram às desregulações de toda a atividade financeira – nestes importantes centros mundiais (Londres e Nova Iorque) – e proporcionaram a incontestável vitória da especulação sobre a produção.

Voltemos um pouco, neste século passado, para entender as estratégias do capital financeiro. As duas guerras mundiais, onde o industrializado EUA despontou como novo império, levaram o capitalismo financeiro, verdadeiro poder no UK, a desenvolver novas estratégias.

Uma foi se aliar aos movimentos ecológicos e preservacionistas, para elevar  custos ou reduzir, quando não inviabilizar, a obtenção de insumos minerais e agrícolas para a indústria. Outra foi patrocinar o debate e as manifestações sobre questões transversais. 

O capital financeiro esteve igualmente por trás, mesmo quando não desejado, das lutas pela igualdade de gênero, de raças, das opções sexuais. Obteve assim algum beneplácito e mesmo apoio das “esquerdas”. 

Não havia qualquer objetivo humanitário, simples questão de luta pelo poder.

Também estratégia da banca (como designo o capital ou sistema financeiro) foram as crises.
 O petróleo, produto fundamental da civilização do automóvel, começou a sofrer esta ação de empoderamento objetivando o déficit de oferta e aumento de preço.

 O capitalismo financeiro coloca recursos em guerras árabes-israelenses (1967 e 1973) que levam o preço do barril de petróleo de um dólar a USD 11,50. 

Brutal aumento em apenas seis anos, com reflexo na inflação e no consumo industrial.

E, como cereja no bolo da banca, em 1979, a instauração da República Islâmica do Irã consolida novo patamar do preço do petróleo, quase 20 vezes superior ao de 13 anos antes.

Todas estas modificações e suas consequências políticas levaram a se reunir, em 1990, os partidos de esquerda da América Latina, alguns saídos de ditaduras e outros com o governo conquistado pela banca, para uma reflexão conjunta sobre o mundo que surgia.

 O Foro de São Paulo é uma reunião aberta, que a imprensa participa, nada há de oculto ou sigiloso. Dele participam chefes de Estado e personalidades conhecidas em todo mundo.

Já a direita (aqui entendida como o sistema financeiro internacional, controlado por menos de uma centena de famílias) não se encontra de forma aberta e conhecida por todos, mas em reuniões secretas, fechadas, sigilosas, que, hoje, ainda pouco conhecemos.

Um dos trabalhos que procura desvendar a banca não se encontra em livrarias, nem em sites de busca ou em sebo. Refiro-me ao raríssimo “El Cerebro del Mundo – La cara oculta de la globalización”, de Adrian Salbuchi.

Nele ficamos sabendo dos verdadeiros propósitos e das ações do Council on Foreign Relations Inc., da Royal Institute of International Affairs, War&Peace Studies Project, The Trilateral Commission and Elite Planning for World Management (ambicioso título), do Grupo Bilderberg, da Sociedade de Mont Pèlerin e dos bastidores de reuniões abertas, como o Foro de Davos, na Suíça, e das ações dos serviços secretos dos EUA e UK.

Num e-mail que desanca o Foro de São Paulo, o missivista escreve que aquele encontro busca “subverter valores tradicionais de seus povos, acumulados por diversidades históricas e de seus espaços geográficos”.

Batman ouviria de Robin: Santa Ignorância!

Vejamos o Brasil, em princípio conhecido por todos nós. O processo colonial no Brasil se deu com o genocídio indígena e o escravismo negro. Devem ser estes valores que se pretenda cultivar, manter?

Uma das obras primas da literatura brasileira é, sem dúvida, “Macunaíma”, de Mário de Andrade. Nele se vê, claramente, que o trabalho foi desconstruído como valor pelos que se denominam “elite brasileira”, pelo império da “boa sociedade”. 

O maior sociólogo brasileiro vivo, Jessé Souza, conclui de suas pesquisas que resulta daí o ódio aos pobres, ódio aos trabalhadores, operários, domésticos que a classe média mais favorecida extravasa em passeatas pelo golpe, em manifestações de repúdio aos direitos sociais.

O aplauso com que a Associação Comercial do Rio de Janeiro acolheu Jair Bolsonaro e, dias depois, agride a presença de Ciro Gomes é a significativa confissão desta “elite”.

Nossa história é vergonhosa;

       de escravidão racial por mais de três séculos, de subserviência ao capital, ontem inglês, depois estadunidense, e, hoje, ao apátrida, dos paraísos fiscais.

   Da sempre corrupta elite, aliada ao estrangeiro, no modelo exportador dependente de produtos primários, fraudadora de impostos.

 Nunca li, nestes ataques ao Foro de São Paulo, ao Partido dos Trabalhadores (PT), nenhum argumento, nada que não fosse slogan, aplicados indistintamente aos países socialistas ou comunistas ou a autores marxistas. Sempre adjetivos, palavras de ordem, nenhuma reflexão histórica, filosófica ou sociológica.

Ou será que “rolo compressor liderado pela corrupção deslavada, pelo aparelhamento do Estado, pelo carreirismo leniente e pela concessão de odiosos privilégios” com que o mesmo missivista se refere ao PT seja “argumento”? 

E, neste caso, como faltam conhecimentos da história do Brasil, como faltam informações sobre a forma de conduzir Estados Nacionais em regime de coligações políticas, das coabitações, do semipresidencialismo nas repúblicas de Weimer, da França, em várias oportunidades, e de outras democracias ocidentais.

Certamente o autor é adepto do partido único, da imposição unilateral de vontades, de um horror classista à democracia.

Na verdade ele me inspira alguns motes de campanha, ideais para seu candidato, seja o Geraldo Alckmin (continuador da Pinguela para o Passado) ou o Jair Bolsonaro (armas para todos; também para o MST?):

        “Escravidão Já, Chega de Folga”; “Ao Capital, tudo; ao trabalho, nada”; 

     “A volta de um Brasil rentista e escravista” (que ficaria maravilhoso se o Orleans e Bragança viesse a ser o vice do Bolsonaro, pois o Império foi o tempo da escravidão e dos empréstimos ingleses).

   Não me rotulem de petista, lulista, comunista, pois não estarão com a verdade. 

E com a independência que sempre busquei e me é suficiente, com a preocupação pelo Brasil, onde vivo e viverão meus descendentes, que me desgosta esta situação a qual o golpe de 2016 levou minha Pátria.

A mídia hegemônica, antinacional e corrupta, com um desmoralizado judiciário prendem o candidato, o único cuja manifestação de voto daria a vitória pela maioria absoluta da população,
             capaz – o que já demonstrou – de equilibrar interesses contraditórios do rentismo da banca, da produção do capitalismo industrial, das aspirações dos trabalhadores e da existência mais digna dos miseráveis.

   E deixa em liberdade os envolvidos com o tráfico de drogas (PSDB, PP), com apartamento-cofre de dinheiro (MDB), com a exploração religiosa da ignorância popular (vide o bilionário Bispo Macedo do PRB) e com a entrega das riquezas e do patrimônio nacional às empresas estrangeiras e do território brasileiro para administração de outro país (PSDB, DEM, MDB, PP, PSD, PRB, PTB, PR, PSL, Solidariedade).

Mas a culpa é do Foro de São Paulo (!).

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado pedroapinho652@gmail.com

Thursday, July 26, 2018

BRASIL E FRANÇA SOB A MESMA TUTELA INTERNACIONAL


------- Mensagem encaminhada -------
De: Pedro Pinho <pedroapinho652@gmail.com>
Para: undisclosed-recipients:;
Assunto: BRASIL E FRANÇA SOB A MESMA TUTELA INTERNACIONAL
Data: Qua 25/07/18 17:05

É curioso observar as mutações do poder. Ora liberalizantes, ora inacreditavelmente coercitivos. 

Também seus discursos tem o dom da fuga da verdade.

Nem precisamos ir longe; os celebrados sermões do Padre Antônio Vieira, com o inegável talento vernacular, sempre procura, e muitas vezes com sucesso, vender um peixe podre, uma inexistente culpa para o pobre crente e conseguir, deste modo, adormecer uma consciência ou ter apoio numa empreitada escravagista.

Brasil e França, o primeiro por golpe jurídico-midiático, o segundo por golpe eleitoral, colocaram no poder representantes do sistema financeiro internacional.

O caso Benella, que é o escândalo francês envolvendo o presidente Emmanuel Macron, desvenda os subterrâneos de um governo da banca, do sistema financeiro internacional.

Alexandre Benella era o segurança que Emmanuel Macron despediu, depois da divulgação da filmagem onde espancava manifestantes de rua, em Paris, no 1.º de Maio.  

Esta ocorrência surge, e poderia passar desapercebida – simples medida administrativa –, depois da vitória francesa na Copa do Mundo de futebol (que alguns analistas políticos brasileiros anteviram) com uma agressão aos políticos: o projeto de redução da composição do legislativo.

Até agora, nos 14 meses de Presidente, Macron só beneficiou o grande capital.

Nenhuma surpresa para quem saiu da Casa Rothschild para a política francesa.

 Cumprindo o projeto da banca, nem mais oculto pela pauta da reunião do Grupo Bilderberg (o populismo na Europa), o Estado Nacional precisa ser encolhido, a representação pela manifestação eleitoral reduzida, o povo espancado quando se reunir publicamente.

O jornal Le Monde, posando com a independência que granjeou por outros tempos, lista uma série de personagens do Governo – Ministro do Interior (Gérard Collomb), Chefe de Polícia de Paris (Michel Delpuech), do Gabinete da Presidência (Patrick Strzad e François-Xavier Lauch) e avança no partido do Macron (República em Marcha – LRM) com seu Delegado Geral Christophe Castaner – para envolvê-los na caso Benella. Ninguém das finanças!

Noam Chomsky, este inigualável pensador contemporâneo, escreveu (Manufacturing Consent: the political economy of the mass media, Vintage Press, 1994): “a mídia serve como um sistema para comunicar mensagens e símbolos ao povo em geral. Sua função é divertir, entreter, informar e inculcar nos indivíduos os valores, crenças, códigos que os integrarão a estruturas institucionais da sociedade” (tradução livre).

O que é mais relevante nestes meses do Governo Macron? Um caso policial? Um debate sobre a sexualidade? Ou a transferência acelerada dos recursos públicos, do dinheiro do povo, para a acumulação do capital financeiro? E, agora, do apequenamento da política, como proposta do executivo?

Vemos a semelhança do Brasil com a França, separados apenas pelas diferentes competências e cultura intelectual de seus representantes. O que distingue o sistema globo (metonímia que adoto para incluir todas as redes de televisão e rádio comerciais, privadas e oligopolistas) da mídia francesa, o Supremo Tribunal Federal (STF) – superior órgão político brasileiro – da Assembleia Nacional francesa?

Muito pouco, além do idioma. Divertem , entretém, fraudam, iludem o povo.

Aqui estão saindo do controle nacional, da própria existência física, riquezas construídas pela competência brasileira (empresas de engenharia, fabricantes diversos) descobertas também pela competência única da Petrobrás na exploração de petróleo (pré-sal), mas teimosamente a mídia só vê a corrupção individual.

Na França, o caso policial é o véu para a corrupção financeira.

Aqui e lá se frauda a manifestação do povo, se esvazia o Estado Nacional, para que a nova ditadura se perpetue.

Mas ditadura no Brasil, para a mídia, para o poder golpista, precisa ter farda.

 E assim, os bravos militares nacionalistas são esquecidos ou quando aparecem é apenas para incriminar a farda na exceção psicopata dos torturadores, dos Alexandre Benella nacionais.

Em outros artigos já manifestei que a maioria dos militares brasileiros deixou-se envolver pela minoria assassina. Desde o último governo militar deveria ter reconhecido os erros e buscado punir os malfeitores pelo julgamento de seus tribunais. Jamais existiriam oportunidades para Comissões da Verdade. Mas são águas passadas. 

Lições para o futuro, se souberem aprender.

Travamos hoje, os franceses também, uma luta feroz e desigual. 

O inimigo é um sistema que objetiva extinguir os Estados Nacionais e a imensa maioria da população terrestre.

A eleição que se aproxima, no Brasil, será uma farsa. 

Mas não pela ausência do Lula. 

Também, mas principalmente pela ausência de um sistema eleitoral confiável, pela fraude que já nem mais será novidade, formando um Congresso inimigo do povo, um parlamento do sistema financeiro internacional. 

E com a conivência das esquerdas, que também apoiaram Macron, e cujo umbigo tem dimensão universal.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

Tuesday, July 24, 2018

CRIAR UM ESTADO NACIONAL SOBERANO E JUSTO. COLÔNIA, JAMAIS

----- Mensagem encaminhada -------
De: Pedro Augusto Pinho <pedroaugustopinho@hotmail.com>
Para:
Assunto: CRIAR UM ESTADO NACIONAL SOBERANO E JUSTO. COLÔNIA, JAMAIS
Data: Dom 22/07/18 11:06

 O tiro que atingiu Getúlio Vargas no Brasil, por Jota A. Botelho

Reunião do Presidente Balmaceda c/seus aliados.  
O tiro que atingiu Getúlio Vargas no Brasil
por Jota A. Botelho
José Manuel Balmaceda, presidente do Chile entre anos de 1886 e 1891, foi mais um político reformista latino-americano que ao assumir o governo contrariando os seculares interesses das classes dirigentes de ocupação e o centro hegemônico do poder na época se viu obrigado a ter que renunciar, exilar-se ou se matar.

 
A BUSCA PELO DESENVOLVIMENTO


Balmaceda crucificado (in memoriachilena.cl
Há que se destacar, conforme nos ensina a história das vitórias dos reformistas latino-americanos, que eles nunca podem ultrapassar o sinal vermelho que se mantém intocável e perene ao longo de nossa história em comum, tornando-se um decorrente do outro que são o fortalecimento do Estado Nacional, o exercício da Soberania Plena e o Desenvolvimento Econômico e Social voltado para o mercado interno. Ao fazerem isso, CAEM! São golpeados custe o que custar. São capazes de por abaixo uma nação inteira, rasgar a constituição e matar a todos que resistirem pelo caminho.
Podem ser liberais, conservadores, progressistas, conciliadores, trabalhistas, sindicalistas, socialistas, o diabo. Eles serão fatalmente derrubados. E Balmaceda, que era filho de uma conservadora família chilena, rico, embora um liberal progressista, ultrapassou o sinal vermelho e morreu na contramão. Salvo as diferenças históricas e posturas políticas e ideológicas, os mesmos destinos tiveram outros líderes reformistas deste paraíso perdido chamado América Latina como Perón, Vargas, Allende, Lula e tantos outros.
Sem uma classe contra hegemônica constituída e disposta ao confronto, NADA FEITO! Podem até tentar no vácuo de uma crise externa, de uma herança maldita ou de um conflito entre as oligarquias, mas que vão cair, ora se vão.
Getúlio Vargas conheceu a história de Balmaceda e o entendeu em seu labirinto, talvez já pensando que viesse a estar dentro de um também. Joaquim Nabuco chegou a escrever sobre José Manuel Balmaceda, mas com um olhar conservador característico de seu tempo, que inserimos aqui para o leitor (1), afinal Balmaceda ainda hoje é uma figura polêmica no Chile. No entanto, Vargas, o mais trágico de nossos reformistas, quiçá venha a ser Lula, entendeu tanto o líder chileno que contou sua história a seu filho Lutero Vargas (2). E soube então que seu destino também já estava traçado, quando essa mesma classe de ocupação, daqui como a de lá, transformou o seu segundo governo “num mar de lama” através da farsa, da calúnia e da injúria. Não haveria outra São Borja, como ocorrera em 1945 com a sua renúncia/derrubada, e ele sabia disso.
Imagine Vargas renunciando pela segunda vez, aonde ele iria parar? Certamente na república do Galeão, respondendo perguntas de um cabo, sargento ou tenente da aeronáutica sobre quantas reses de gado ele roubou; quantos ele mandou o Gregório Fortunato matar, o mesmo que fora acusado de ser o responsável pela morte do major Rubens Vaz na trama do atentado na rua Tonelero; ou, ainda, onde ele conseguiu aquela caneta de ouro que ficou com Tancredo Neves. E por vai. É o que o presidente Lula está passando hoje em dia. E Lula foi quase uma síntese dos dois governos Vargas num certo sentido, como veremos a seguir.
O primeiro Getúlio governou no momento em que os centros hegemônicos do poder estavam em guerra entre si, razão pela qual, e com muita sagacidade política, ele tirou proveito para a modernização do país, ao mesmo tempo em que procurava introduzir essa nova mentalidade na nossa classe dirigente de ocupação, que se encontrava meio que desamparada. Foi Roosevelt que veio aqui e não Vargas que foi lá. Ainda assim foi traído por ela quando o Brasil estava pronto para dar o seu salto enquanto o mundo se encontrava em ruínas. Mas o novo centro hegemônico do poder se recompôs e voltava a se estabelecer no continente, normalizando desta forma as velhas relações seculares de interesses. Fatal: teve que renunciar. Voltou então para governar com os trabalhadores e as classes populares – Trabalhadores do Brasil! Não deu outra: teve que se matar com um tiro no peito. O presidente Lula procurou governar para ambos ao mesmo tempo. Virou O CARA! “Esse é o cara que vamos derrubar” – não disse, mas certamente tramou. São as senhas de Washington: “Decifra-me ou te devoro”.
Então por que caíram? Estado Nacional forte, Soberania independente e Desenvolvimento Econômico e Social voltado para o mercado interno. Foram estas combinações que deram certos com eles, então porque haveria de aceitar que as fizéssemos aqui? Mais claro que isso, só um dia de verão a céu aberto.
Mas será que os reformistas nunca souberam disso? Não creio. O coronel Aureliano Buendia fez mais de cem revoluções e perdeu todas, nos escreve Garcia Márquez em Cem Anos de Solidão, enquanto que Santiago Zavalita se fodeu. Bem, este se fodeu porque foi Vargas Llosa quem escreveu, numa Conversa na Catedral.
Algo me diz que doravante no Brasil finda o ciclo dos reformistas em nossa história. Talvez. O que virá depois, não sei, não tenho bola de cristal. Sequer sei se uma bala perdida já está me esperando ao andar pelas ruas da cidade.


Morte de Balmaceda e Getúlio Vargas.

Balmaceda procurou modernizar o Chile no intuito de preparar o país para o novo século que se avizinhava. Para tanto, tentou convencer a sua classe dirigente de ocupação de que era preciso acabar com o monopólio privado da maior riqueza da nação e fortalecer o Estado Nacional: o salitre, também chamado de “o ouro branco” (3), entregues nas mãos de um empresário do império inglês e de seus sócios locais. Com o dinheiro arrecadado adotou uma gestão voltada para políticas públicas e sociais, construindo grandes obras como estradas de ferro, pontes, viadutos, escolas, iluminação e tantas outras. A partir daí foi traído por uma forte oposição do Congresso Nacional chileno que virou golpista, procurando inibir suas iniciativas desenvolvimentistas deixando de votar o orçamento público do ano de 1891. Com isso ele deu uma “pedalada fiscal” e acabou adotando o orçamento do ano anterior.

Na disputa pelos recursos da nação que deveriam voltar para os bolsos da plutocracia, e da impossibilidade de continuar um governo de coalização, sim lá já havia os chamados governos de coalizão nacional, estabeleceu-se então o conflito entre as oligarquias locais, que foi prontamente utilizado pelo império britânico para a derrubada do governo. Lógico, como não? Perdida as batalhas pelas forças governistas, basicamente parte do exércíto nacional contra as forças congressistas, estas apoiadas com armas e também pela armada inglesa, José Manuel Balmaceda se refugiou na Embaixada Argentina e, isolado, demonizado pelo ódio da oposição e ridicularizado pela imprensa, resolveu evitar que um banho de sangue atingisse ainda mais a população chilena e se matou com um tiro na cabeça, não sem antes deixar sua carta testamento (4/5).
Passados cerca de 63 anos, entre 1891-1954, o tumultuado devir heraclitiano de nuestra América chegou ao Brasil. O tiro que Balmaceda deu no Chile também atingiu Getúlio Vargas aqui.


Veja aqui o filme dramatizado sobre o período do governo de vida e morte de José Manuel Balmaceda e tirem suas próprias conclusões e/ou façam as suas próprias conexões históricas.
Referências:
1-Joaquim Nabuco - Um abismo chamado Repúblca (artigo sobre Balmaceda).
2-José Augusto Ribeiro, no Conversa Afiada.
3-John Thomas North - "O rei do salitre".
4-José Manuel Balmaceda - Biografia.
5-Balmaceda de Chile - Poema de Pablo Neruda


Sunday, July 15, 2018

CHEGANDO O TSUNAMI DO POVO BRASILEIRO

     Nos últimos 50 anos, o Brasil passou por dois momentos de crescimento com políticas e projetos distintos.

  O primeiro resultou de um golpe dentro do golpe, quando militares nacionalistas assumiram o poder, contrariando o projeto colonial do golpe de 1964. Foi um projeto autoritário, com o apoio e participação do empresariado nacional, principalmente o paulista, e com repressão violenta às oposições. O projeto estava sintetizado no slogan Brasil Grande. “A formulação da política econômica tem que ser subordinada aos grandes objetivos políticos e informada pela filosofia do projeto Desenvolvimento-Liberdade-Segurança. É preciso distinguir a ação direta do governo (o governo como agente econômico produtor de bens e serviços) de sua ação indireta (a formulação da política econômica) que condiciona o comportamento do setor privado” (Antonio Delfim Netto, GGN, 02/06/2015).

Neste período sobressai a figura do general Geisel que proporcionou o desenvolvimento das principais tecnologias do século atual, em verdadeira visão de estadista: informática, nuclear, aeroespacial e energética. Todo este esforço nacional começou a ser destruído ainda com o general Figueiredo, aguçou-se nos governos do PSDB (Fernando Henrique Cardoso-FHC) e atinge o paroxismo com o golpe de 2016.

O segundo momento ocorre com a chegada ao poder do Partido dos Trabalhadores (PT). 

Foi bastante diferente do anterior em vários aspectos. Um foi o aproveitamento nacional de momento favorável da economia internacional, outro foi o de privilegiar a distribuição de renda, levando cerca de 40 milhões de brasileiros a sair da área de extrema pobreza. 

Criou-se, associando com  aumento real do salário mínimo, um mercado interno que gerou emprego e renda como em raros momentos da história do Brasil.

Neste segundo período ocorreu o evento extraordinariamente importante da descoberta de petróleo em reservatórios do pré-sal. A destacar a elevada capacidade tecnológica e gerencial da Petrobrás, a compreensão do significado desta descoberta pelo Governo Federal e o projeto de aproveitamento dessa riqueza para a educação e a saúde dos brasileiros.

O golpe de 2016 concentrou-se na destruição de todos os benefícios que estes dois períodos trouxeram para o Brasil, a iniciar pela alienação da soberania nacional nas decisões relativas ao aproveitamento do pré-sal, às conquistas nas áreas aeroespacial e nuclear, e na transferência para o exterior dos resultados positivos deste esforço nacional.

Assim, os resultados em dois anos do golpe são o desemprego, a redução dos salários reais, a recessão econômica, o retrocesso cultural e uma revolta que não se materializa em movimento social pelo fator alienante e antinacional da comunicação de massa; atividade comercial, desvinculada da formação cultural e educacional brasileira, oligopolizada em seis famílias e uma seita religiosa também interessada prioritariamente no lucro financeiro.

A situação do Brasil, no fim do primeiro semestre de 2018, em muito se assemelha à francesa, às vésperas da Revolução de 1789.

Transcrevo do prefácio que António Ruas escreve para sua tradução da “História da Revolução Francesa”, de Thomas Carlyle:

   “Dá-se o seguinte, um governo que já não governa nada, nem o pensamento francês, nem a economia, nem as finanças, nem a nobreza, nem o clero, nem o povo. Quer dizer: era um mundo a gritar pela morte, eram os próprios condenados a pedir a forca ou o veneno, era uma dissolução geral de instituições e crenças”.

Norbert Elias, em “O Processo Civilizador” (1939), descrevendo o comportamento burguês (observe que Elias não trata da alienação aristocrata) neste período que antecede a Revolução Francesa, escreve:

    “Não era em absoluto verdade que toda a burguesia desejasse a reforma e que apenas a aristocracia a ela se opusesse. Houve certo número de grupos claramente identificáveis de classe média que resistiram até o fim a qualquer tentativa de reforma e cuja existência, na verdade, estava ligada à preservação doancien régime na sua forma original. 

Esses grupos incluíam a maioria dos altos administradores, a noblesse de robe, cujos cargos eram propriedade de família no mesmo sentido em que uma fábrica ou empresa é hoje propriedade hereditária. E se a reforma fracassou na França, se as disparidades da sociedade finalmente romperam de forma violenta o tecido da estrutura institucional, grande parte da responsabilidade coube à oposição desses grupos de classe média”.

Não seremos ingênuos ou levianos em imaginar que depois de mais de dois séculos, com toda transformação política, econômica, tecnológica, as condições de revolta social sejam idênticas.

Mas muitas situações tem suas semelhanças.

Vejamos o caso das instituições consideradas fundamentais na sociedade hodierna: a representação congressual, a estrutura judiciária, as forças armadas.

Cada dia mais se desnudam seus compromissos de classe, ou menos ainda, de grupos de poder.

O juiz pertence à família de fundadores de um partido dominante em sua região e não se considera suspeito de julgar as causas que interessam diretamente à manutenção do poder familiar. 
Qual a avaliação que a população fará deste juiz, na medida que for relacionando suas decisões com os interesses políticos, econômicos, do status social de sua família e apoiadores?

Hoje a justiça do Paraná, do Rio Grande do Sul e de outros locais está sob forte suspeita, quando não inteiramente desacreditada. E para a desobediência não serão necessários muitos novos eventos.

Como acreditar em oficial general das forças armadas que não defende o País da espoliação por empresas estrangeiras, as quais corrompem parlamentares e membros do executivo para auferirem vantagens e lucros, e ainda se manifesta como militante de partido político contra qualquer ação política, administrativa ou judicial que lhe for oposta?

Poderia enumerar uma série de incongruências, parcialidades, contradições que a mídia já não consegue encobrir.

Entendo ser da mídia oligárquica brasileira a maior responsabilidade, além de promover a alienação da população, cria estereótipos, movimentos de ódio, deseduca todos, não há exclusão por classe nem currículo acadêmico. É o mais sério obstáculo à transformação do País. E será, a meu ver, a grande responsável se o tsunami social for destruidor, qual o terror na Revolução Francesa, atingindo todas as classes, todos setores, cometendo injustiças e vilanias.

Infelizmente a elite política não entende, com as pequenas ressalvas, que não haverá vencedor quando explodir o tsunami.

Antes de prosseguir nesta linha de análise é importante verificarmos a transformação do poder. 

Considero grande falha não se ensinar nas escolas militares, nas escolas de administração, de sociologia e de política a teoria do poder, a cratologia.

Até o governo Geisel, o sistema de poder dominante era o industrial. 

Havia duas vertentes, o capitalismo industrial que o principal país representante eram os Estados Unidos da América (EUA) e o socialismo industrial na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Mas combatendo contra ambos havia o capitalismo financeiro, originário da Inglaterra, que tinha como arma a dívida. Os capitalismo e socialismo industrial tinham a produção e consumo como meta.

Nos anos 1980, o capitalismo financeiro tornou-se o poder mundial.

 Para simplificar o denominarei “banca”, muitos o chamam Nova Ordem Mundial (NOM ou NWO, em inglês).

Há fundamental diferença entre estes poderes. 

O capitalismo financeiro é estéril, nada produz, vive de especulação com títulos e moedas. 

Não é difícil associá-lo à grande corrupção que envolve todo mundo contemporâneo: nos negócios, nos Estados, nos esportes, em todas atividades humanas, pois tudo se resume ao lucro monetário e rápido (tempo de retorno).

A conquista dos Estados Nacionais, para dar total mobilidade ao capital (sob disfarce de uma inexistente globalização – por que passaporte? por que restrição às migrações) e isentá-lo de tributação (veja as medidas dos governos da banca – FHC e Temer), é a principal meta deste capitalismo financeiro.

Chega a ser irônico ler ou ouvir dos opositores de Lula e do PT (sempre citando José Dirceu) que estes estavam “aparelhando o Estado”. 

Observe o caso do habeas corpus concedido a Lula no domingo 08/07/18; quase toda cúpula do judiciário, da polícia federal e do ministério público está dominada pelos “tucanos”. 

E quem, senão a elite escravagista e rentista, sempre dominou o poder no Brasil e aparelhou o Estado para manter seus privilégios, seus ganhos fáceis e suas alianças com os interesses estrangeiros?

É esta aparelhagem do Estado por interesses que nem são populares nem nacionais que fará brotar, em momento de surpresa para todos, o tsunami do povo brasileiro.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado 

Saturday, July 14, 2018

Renewable Energy Around the World

de:The Sanders Instituteinfo@sandersinstitute.com por bounce.bluestatedigital.com 
responder a:info@sandersinstitute.com
para:Paulo Augusto Lacaz <sccbesme.humanidade@gmail.com>
data:12 de julho de 2018 13:47
assunto:Renewable Energy Around the World
Sanders Institute
Paulo Augusto,

Our leaders like to talk about “American exceptionalism,” but America is not so exceptional when it comes to renewable energy. In fact, we are falling far behind.

Countries all around the world are demonstrating that a transition away from fossil fuels is not only possible, but is a plausible, clean, and affordable path forward. Here's a quick look at what other countries around the developed world are achieving:
  • In China, an entire province the size of Texas was powered on 100% renewable energy last year.
  • New Zealand recently released a plan to transition to 100% renewable energy by 2035.
  • Iceland is running on 100% renewable energy mostly through geothermal plants.
  • Norway produces 98% of its power needs through renewable energy.
  • Holland's entire train system now runs on wind power.
We can learn from these initiatives and join their commitment to reach 100% renewable energy.

Renewable Energy Around the World
Our leaders must have the courage to admit that if we can learn from the successful energy policies of other countries, we could become a world leader in clean, sustainable energy production.

Thanks for staying engaged,

The Sanders Institute

PAID FOR BY THE SANDERS INSTITUTE
BURLINGTON, VT 05401


The Sanders Institute is a tax-exempt 501(c)(3) organization.

This email was sent to sccbesme.humanidade@gmail.com. We'd hate to see you go, but if you need to do so, click here to unsubscribe