Tuesday, June 19, 2018

Add Your Name - Tell the Congress to pass the Keep Families Together Act and we can put an end to Trump's policy of separating children from their parents at the U.S. / Mexico border.

de:Bernie Sanders info@berniesanders.com
responder a:info@berniesanders.com
para:Paulo Augusto Lacaz <sccbesme.humanidade@gmail.com>
data:19 de junho de 2018 14:50
assunto:Add Your Name - Tell the Congress to pass the Keep Families Together Act and we can put an end to Trump's policy of separating children from their parents at the U.S. / Mexico border.
enviado por:bounce.bluestatedigital.com
assinado por:berniesanders.com

Bernie Sanders


Paulo Augusto -

The Trump administration has reached a new low. After having nothing but praise for Kim Jong Un, the leader of the most despotic government on Earth, Trump has now initiated policies in our own country that are unprecedented in their cruelty.

Like you, I have watched with horror and disgust the countless stories and images of children being ripped away from their parents and stuck in cages for days, weeks and months without any contact or information about their well-being. 

I have read about parents being sent back to their home country without their children and even stories about parents so distraught about the separation that they have ended their own lives.

As former First Lady Laura Bush stated; "Our government should not be in the business of warehousing children in converted box stores or making plans to place them in tent cities in the desert outside of El Paso.  These images are eerily reminiscent of the internment camps for U.S. citizens and noncitizens of Japanese descent during World War II, now considered to have been one of the most shameful episodes in U.S. history."

The Trump administration policy of separating children from their parents at our border is a national disgrace. It is a moral abomination.

 And it can be stopped.

Like every member of the Senate Democratic Caucus, I have added my name as a co-sponsor of the Keep Families Together Act – legislation that would stop this detestable policy. 

Unfortunately, not one Republican senator has yet signed on. 

I need you to make your voice heard if we are going to change that:

More than any other country in the history of the modern world, the United States has been shaped by its identity and character by the process of immigration and the contributions of those immigrants.

I am proud to be the son of an immigrant.

My father came to this country from Poland without a nickel in his pocket.

And as a nation built by immigrants, we must strive for humane immigration policies that unify families, not tear them apart.

The Trump administration’s policy of separating children, including infants as young as one year old, from their parents at the border is inhumane, cruel and an affront to our values as Americans.

Tell Congress to act to stop it, today:

Over the course of the next days and weeks, I suspect we will talk a lot about comprehensive immigration reform. 
But what cannot get lost in the details here is that we are talking about people. 

We are talking about families.

It is time for this injustice to end.

In solidarity,
Bernie Sanders




 Paid for by Friends of Bernie Sanders
(not the billionaires)
PO BOX 391, Burlington, VT 05402

Saturday, June 16, 2018

O VATICANO VAI AO BORDEL?

    Este mundo não é para amadores, dirá todo diplomata de carreira.

 Se não o era quando os colonizadores eram Estados Nacionais, imagine neste século XXI no qual o grande colonizador é um sistema: 

      o sistema financeiro internacional, que abrevio denominando “banca”.

A banca são a meia centena de famílias que dominam os fluxos financeiros mundiais;

 algo entre um terço e a metade do que circula, diariamente, entre bancos, financeiras, cambistas, brokers e similares. 

É um poder imenso. 

A transferência de um país para outro de valores controlados pela banca causará dano violento não apenas nas finanças, mas na economia, na política, derrubando governos e empobrecendo populações.

Para o bom desempenho de seu poder, a banca criou o mito da globalização e  o mito da libertação em questões transversais, ou seja, que são motivo de disputas políticas e culturais em todos os países, como as questões ecológicas, de gênero e igualdade racial.

Assim, ela se insere e domina partidos e movimentos tão díspares como os socialistas – franceses, espanhóis, gregos – e os conservadores – ingleses, estadunidenses e alemães.

O formato atual da banca é do século XX, após a derrocada do colonialismo inglês.

Constituiu diversas instituições, algumas de conhecimento público outras  ocultas dos olhos de quase todos. Também dominou a comunicação de massa, como se constata pelo controle das agências de notícia e de inúmeros jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão.

Se o caro leitor dedica boa parcela de seu tempo diante da telinha plim-plim, certamente terá a visão distorcida pelos “analistas”, “especialistas”, âncoras e quem mais surja para lhe doutrinar. 

Assim achará que a Venezuela, a Rússia, o Irã são países do “mal” e os condenará, sem saber que o fazendo estará prestando um serviço à banca, pois a destruição dos Estados Nacionais é um de seus objetivos.

Vamos refletir sobre caso concreto, que nem é para amadores nem para os desinformados globais:
      a presença de um representante do Vaticano na reunião anual do Grupo Bilderberg. 

Soaria desconcertante, de certo modo o é, mas coloca mais uma vez a dialética marxista como capaz de uma resposta.

O Grupo Bilderberg, um braço conhecido da banca, foi criado, de acordo com o escritor e jornalista Thierry Meyssan, em 1954, pela CIA e pelo MI6.

 O pesquisador argentino Walter Graziano (Hitler ganó la guerra, 2004) adiciona que surgiu do estadunidense Council of Foreign Relations (CFR). Representada no Brasil pela FGV.

Em 2018, a reunião anual do Bilderbeg (BG) ocorreu, entre 7 e 10 de junho, em Turin (Itália). Além dos convidados habituais – CIA, MI6, OTAN – dois chamaram a atenção: a primeira ministra da Sérvia (Ana Brnabic) e o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano.

Sob a presidência de Henri de Castries, do Instituto Montaigne – um “think tank” francês que assumiu o poder com a eleição de Emmanuel Macron – compareceram cerca de 130 pessoas, dentre as quais a dona do Banco Santander (Ana Botín), os presidentes da Royal Dutch Shell, da Norsk Hydro, da Fiat Chrysler, o Governador do Banco da Inglaterra, a diretora geral da Unesco e figuras conhecidas como Henry Kissinger.

A banca tem estruturas para pensar, como a Rand Corporation, o Center for Strategic & International Studies (CSIS), da Georgetown University, e o Royal Institute of International Affairs (RIIA), outras para agir, como o Fórum Econômico Mundial, cujo atual presidente, Borge Brennan, esteve na reunião em Turin.

Às reuniões do Bilderberg costumam comparecer pessoas destas estruturas (pensar e agir) como demonstra a composição de convidados, que inclui também muitos homens de imprensa (editores e proprietários).

Quem desejar se aprofundar nos organismos da banca, há o notável trabalho de 1996, de Adrián Salbuchi: “El cerebro del mundo. La cara oculta de la globalización”, Ediciones del Copista, Argentina, sendo a mais recente atualização do Editorial Solar, Colômbia, em 2004. Também o site Réseau Voltaire, de Thierry Meyssan, editado em alguns idiomas, trás informações sobre organizações da banca, como o Instituto Montaigne e o Grupo Bilderberg.

Analisemos, inicialmente, a presença de Ana Brnabic.

As “Primaveras Árabes”, o desmonte da Ucrânia, entre outras façanhas da banca, foram, antes de ocorrerem, temas do Bilderberg. Estaria a Sérvia neste caminho?

Andrey Afanasyev, do Katehon, informa no site Dinâmica Global que Brnabic é “funcionária de inúmeras ONGs americanas, apoiadora da legalização dos chamados “casamentos entre pessoas do mesmo sexo” e uma lésbica aberta”. É um caso da transversalidade onde a banca vem assumindo o controle para alterar legislações, substituir governantes e assumir o poder em Estados Nacionais.

Também foi-me surpreendente o número de convidados turcos, cinco (superior aos alemães, holandeses, franceses e idêntico aos donos da casa, italianos), entre eles o vice premier Mehmet Simsek, dois empresários, um acadêmico e um jornalista.

A área do Oriente Médio, Ásia Menor, tem sido inquietante para os Europeus, principalmente pela questão dos refugiados. 

E a banca teme o estilhaçar da União Europeia.

Temos então temas que fogem às tradicionais investidas econômicas e políticas da banca. 

Lembrar que na 65ª reunião, ano passado, a presença notável foi a China. Uma questão nitidamente econômico-financeira.

A transversalidade pode ser observada sob a ótica estritamente humanista, onde inseriremos adiante o representante do Vaticano, e sob a questão de emergências políticas.

Vamos exemplificar.

 O Papa Francisco deve ver, nas levas de africanos, árabes, palestinos, asiáticos que chegam a todo instante à Europa, a busca pela vida mais segura, mais decente. Daí seu apoio e suas palavras de recriminação às selvagerias do capital e das guerras, que são, na verdade, uma só.

Logo o Vaticano, pelo seu Sumo Pontífice, defende os direitos de ir e vir dos emigrantes.

Mas a banca os avalia de modo diferente. Eles irão quebrar uma homogeneização nacional: francesa, alemã, austríaca, qual seja, e enfraquecer o sentido patriótico, nacionalista.
 Abre-se, então, a oportunidade de eliminar as barreiras nacionais e facilitar o trânsito dos capitais; sem carimbos, sem restrições tributárias.

A brilhante escritora e perspicaz jornalista de Porto Alegre, Tania Faillace, vem escrevendo que a questão do gênero tem sido um instrumento da banca em dois sentidos: no de agitação política e no da redução populacional; outro vital projeto da banca, pois seus dois mais importantes inimigos são o crescimento demográfico e o nacionalismo.

Para entender bem o significado do crescimento demográfico, é só lembrar a concentração de renda, princípio básico da competitividade rentista, financeira.

Temos então a contradição que aponto no título; pode o Papa que tem se notabilizado pela preocupação humana, com os pobres, os oprimidos, aceitar o convívio com o mais cruel, bélico e exterminador capitalismo financeiro?

Agora, o televiciado global terá uma síntese dialética a resolver.

Não cabe o simplismo da corrupção.

 Isto só serve para os políticos, não é mesmo? 

Também não se aplicam as agressões bolsonarianas ao Papa, que  seria um arco íris disfarçado de banqueiro.

Posso acreditar que, movido pela convicção evangélica, saiu o Cardeal Parolin a semear entre os monopolistas exterminadores a palavra de Deus.

 Semen est verbum Dei.

Falta, evidentemente, a consciência cidadã.

A capacidade de resolver as contradições da existência humana, digna, no regime capitalista, o único que sobreviveu neste século XXI. E não é tarefa para um artigo nem para avô, aposentado.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

ADEUS BRASIL!

   Sinto o misto de tristeza e inconformismo ao ver a destruição de meu País por ignorantes e venais, que se arvoram defensores de ideologia perniciosa para toda humanidade:

o neoliberalismo.

E, agravando, militares continuam atacando o comunismo, quando já não existe, fora das análises acadêmicas, em qualquer lugar, conduzindo algum governo neste século XXI.

Documentos elaborados nas instituições propagadoras do neoliberalismo, sabendo ter audiência destes militares e de civis interessados em sua inação, atribuem ao “comunismo” a ação dos seus opositores, citando Marx, Lenin, Gramsci. 

Mas, na realidade, quem aplica muitos pensamentos destes políticos são  os próprios neoliberais em suas práticas.

Detalhemos cada passo desta ideologia perversa e anti-humana.

Primeiro trata de convencer as pessoas que, para todo desenvolvimento, é necessário haver o “equilíbrio fiscal”. Começa aí a primeira farsa; compara a vida de cada um ao Estado ou a empresas.

Ora, meus caros, você não fabrica dinheiro e, como pessoa física, nem pode repassar seus custos para outros.

Os Estados emitem moeda, sob a forma que circula em seus bolsos ou sob a forma de títulos de dívida, que você adquire  como aplicação financeira.

Por conseguinte, o Estado, assim como as empresas – estas com emissões de ações e documentos de crédito – gastam mais do que recebem ou lucram para poder crescer, se desenvolver, investir em desenvolvimento tecnológico e máquinas e instalações. 

Se há erro, não significa que o processo de elaboração é indevido, mas  alguém, por baixa capacitação – inexperiência, ou por interesse escuso, o cometeu. 

Trata-se de corrigi-lo ou puni-lo.

Logo o “superavit fiscal” é uma fraude que a banca coloca em sua imprensa para a compreensão equivocada das pessoas. 

Ele pode corretamente ser traduzido por “passe fome”, “não eduque seu filho”, “morra de doença” mas não deixe de enriquecer os banqueiros. 

Junto com esta fraude vem algumas receitas para atrofiar e reduzir a capacidade do País.

Exemplo: privatizações.

O que são as privatizações? 

A transferência do que o Estado aplicou, investiu com os tributos, o povo contribuiu com seu trabalho –  um patrimônio que é de toda Nação, para o sistema financeiro internacional.

Faço breve pausa para esclarecer que todas as grandes empresas multinacionais, nos dias de hoje, são controladas por empresas financeiras que, se formos buscar a origem do dinheiro, encontraremos entidades fechadas, constituídas nos paraísos fiscais.

Por esta razão posso afirmar que a “venda” de campo do pré-sal da Petrobrás para a Exxon ou BP ou Shell é uma alienação de riqueza insubstituível brasileira para a banca (o sistema financeiro internacional).

Hoje, na Europa – Inglaterra, França, Alemanha – o Estado está retomando empresas ou serviços privatizados. 

O povo está reclamando pois as únicas conquistas das privatizações foram o aumento dos preços e a má qualidade dos serviços. Dois exemplos: ferrovias inglesas e aeroportos franceses.

Além da privatização, o neoliberal propugna pelo Estado Mínimo, ou seja, que funções típicas dos Estados, os mais capitalistas, como educação, saúde e transporte, sejam exploradas para lucro privado.

Se o caro amigo já passou por necessidade de atendimento de saúde, negado pelo seu caro plano privado (em última análise pelo custo superior à contribuição), sabe o que é Estado Mínimo, aquele que não garante a saúde.

Por fim, o neoliberal acaba com o Estado. Isto não é ficção nem teoria conspiratória. O caso que ficará clássico na História, até agora, é da Líbia.

O antigo Estado Nacional tinha o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais elevado da África. O Governo de Al-Gaddafi conseguira unir todas as etnias, lideranças regionais, por toda extensão territorial, no processo de unificação nacional e desenvolvimento comum. 
E, na defesa de seu petróleo, comercializado sempre em dólares, Gaddafi decidiu escolher a moeda mais conveniente para vender o petróleo líbio. 

Decretou, com isso, a invasão do país pelos Estados Unidos da América (EUA) e governos europeus, subservientes aos interesses financeiros.

Hoje a Líbia não existe, a não ser para votar em organismos internacionais de acordo com as determinações da banca.

O país é uma terra de ninguém, onde tribos se digladiam por poder, água, dinheiro, os antigos membros das forças armadas fazem segurança nas instalações de produção e escoamento de petróleo para as empresas internacionais, e o povo deixou de ter o invejável IDH.

Um triunfo do neoliberalismo. Também são Líbias: o Iraque, a Ucrânia, o Afeganistão. 

A banca ameaça a Venezuela, não por acaso detentora da maior reserva mundial de petróleo.

Será também Brasil de amanhã, se permanecermos inertes, imaginando atacar a Venezuela, perseguindo um comunismo inexistente e deixando a tucanalha no gerenciamento nacional.

Não escrevo tucanalha em oposição aos petralhas. 

Certamente houve participação ou conivência do Partido dos Trabalhadores, sob o título de governabilidade, na inclusão de golpistas de 2016 em seus governos.

Mas o PSDB é muito mais antigo no ramo e causa prejuízo ao Brasil desde o apoio, sempre com subterfúgios e discursos diferentes das práticas, ao governo Collor.

Para não ter que enfrentar a realidade, ser um colonizado do sistema financeiro, repetir mentiras e estupidez dos analistas e comentaristas do sistema Globo e seus congêneres televisivos, a classe média, que estaciona em vaga de cadeirante, que dá um jeitinho para obter insignificante e indevida vantagem, se esconde na falsa moral, na corrupção.

E, com isso, apenas demonstra a ignorância de não ver que as reservas monetárias brasileiras, fruto do trabalho de todos nós, são repassadas aos especuladores da banca, para “manter a estabilidade do dólar”. 

E isto em oposição ao próprio discurso neoliberal do câmbio flutuando conforme a vontade da banca.

Não vou sair, mas dou adeus ao País que viveu dias melhores, com a gestão de pessoas, hoje e sempre, tão ofendidas pela mídia golpista, servidora da banca.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

Monday, June 11, 2018

EDUCAÇÃO SEM CIDADANIA É EDUCAÇÃO PARA DOMINAÇÃO

       Escrevi recentemente o artigo “Manutenção da Ignorância é Projeto Colonizador”.

 Nele discorro sobre a trajetória da educação no Brasil, desde o descobrimento até 1964.
Estruturei o artigo e colhi muitas informações no excelente livro da professora Maria Luísa Santos Ribeiro, “História da Educação Brasileira – A organização escolar”.

Pretendo refletir com meus caros leitores sobre o que podemos esperar neste século XXI para nossos filhos e netos. O que vem sendo a educação para o período no qual as tecnologias do século passado estarão superadas, as ideologias, de séculos ainda mais longínquos, incapazes de nos dar respostas, e os processos de dominação sempre mais sutis?

Manter a educação com a pedagogia colonial, que nos levou a triste realidade dos corruptos e ignorantes golpistas de 2016, será fundamental para prosseguir a dominação colonial.

Tentemos entender os recursos desta permanência e buscar alternativas.

Excluída a generalidade constitucional, a Lei 9.394/1996 – Lei das Diretrizes e Bases da educação nacional (LDB) disciplina a educação brasileira. Esta lei, no parágrafo 2º de seu 1º artigo dispõe: “A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social”.

Durante os governos militares, especialmente entre 1967 e 1979, quando o Brasil desenvolveu-se industrialmente, a educação esteve subordinada aos interesses “do mundo do trabalho”, um elemento do sistema produtivo. E, como se constata, a Lei de 1996, firmada por Fernando Henrique Cardoso e Paulo Renato Souza, nada alterou neste sentido. Mas deu ainda um passo atrás, quando estabelece no artigo 2º:

“A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”, ou seja, o Estado entra como complementar e a qualificação para o trabalho é o único objetivo claro e específico.
Como sabemos, o mundo pós 1980 deixou de ser conduzido por interesses nacionais e passou a ser dominado por um sistema, o sistema financeiro internacional, que denomino sinteticamente por “banca”.

Nos anos do pós guerra, havia para os países capitalistas – metrópoles e colônias – o medo da invasão ideológica, pois não se poderia, sem cair no ridículo, imaginar a invasão mundial por tropas da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Nos dias hodiernos, parece difícil fazer as pessoas entenderem que uma outra ideologia toma o mundo: o neoliberalismo, que tolhe muito mais os seres humanos. Não me afastarei, no entanto, do foco na educação.

A cidadania, um processo em permanente construção, é que poderá dar a liberdade, antes obtida na luta contra a nação colonizadora.

Brevemente, conceituemos cidadania.

A filosofa estadunidense Nancy Fraser (“Reconhecimento sem ética”, in “Teoria Crítica no século XXI”, Jessé Souza e Patrícia Mattos, organizadores) apresenta como “centro normativo” da concepção de cidadão o “ser um par, de estar no mesmo nível que os outros, de estar em pé de igualdade”.

Para construção da cidadania, muitas outras ações devem ser adotadas, mas, neste artigo, trataremos apenas da educação.

Antes devo esclarecer algumas circunstâncias da dominação da banca.

Se partiu das finanças, logo se espalhou pela economia, pelas comunicações de massa, pela política, por todos os campos da vida social e, hoje, domina Estados. É um  exemplo desta dominação o fato de os partidos, em toda extensão das variedades políticas e ideológicas (trabalhistas, conservadores, socialistas, democratas, republicanos etc), quando no poder, adotarem as mesmas medidas: contenção fiscal, prioridade em superavits orçamentários, privatizações – afastamento do Estado de ações políticas e socioeconômicas – redução salariais e de benefícios trabalhistas, previdenciários entre outras.

O termo globalização pode ser melhor entendido como dominação mundial, tal como se julgava pretender o marxismo-leninismo soviético.

Por esta razão, não poderia tratar da educação no Brasil com os mesmos  pressupostos da independência nacional, como analisei dentro do roteiro da professora Santos Ribeiro. É bastante evidente que a questão nacional persistirá, mas incluirá, agora, outras características.

Na construção da cidadania, distingo três conjuntos, de implementação simultânea e integrada: existência, consciência, vocalização.

A educação participa da consciência, que objetiva dotar as pessoas da compreensão de seu ser e dos outros. Vejamos como se insere, neste universo de dominação da banca.

Nas estratégias de dominação, o sistema financeiro internacional deu grande relevância aos conceitos de multiculturalidade e ambientalismo. A existência de um “cidadão do mundo”, pretensa síntese dos direitos inalienáveis do ser humano, facilita ou justifica a formações dos grandes conglomerados multinacionais, dirigidos unicamente pelos interesses financeiros.

Escreve Pedro Demo: “que os Estados Unidos se arvorem em garante dos direitos humanos, é algo que clama aos céus, mas, no fundo, representa a velha ambiguidade do espaço social: sempre que se abre espaço, fecha-se outro, pois esta é a arqueologia do saber e do poder” (“Cidadania & Estado”, em “Reflexões para o Terceiro Milênio”, Anuário de Educação 1999/2000, Barbara Freitag, organizadora, Edições Tempo Brasileiro, RJ, 2000).

Vemos constantemente o que chamo “ciladas educacionais”. 

Estatísticas de tempo de formação acadêmica e salários, exigências de emprego e oferta de cursos – médios e superiores – e os pretensos privilégios por raça ou condição econômica, bem ou mal sucedidos de acordo com o interesse da propaganda midiática. Mas não encontro os debates sobre a formação da cidadania pelo processo educacional, exceto em pouquíssimas publicações especializadas e de circulação restrita.

Como romper um círculo tão bem construído e gerido pelos colonizadores, antes os Estados Nacionais, hoje a banca?

Transcrevo do artigo “Problemas no ensino de literatura que já duram quatro décadas”, de Noêmia Lopes, em 21/01/2014 (“Agência FAPESP”), ao comentar a pesquisa analisada no livro “O Professor de Português e a Literatura”, de Gabriela Rodella de Oliveira (Editora Alameda, SP, 2013):

“professor (tem) o seguinte perfil médio: origem em família com baixa escolarização; pouco contato com a leitura na infância; integrante da primeira geração familiar a conquistar uma escolarização de longa duração (embora precária); ensino básico concluído na rede pública e superior, em instituição particular; salário baixo e longa jornada de trabalho; participação em formações continuadas muitas vezes ineficazes; leitor restrito a best-sellers e clássicos escolares”. Adiante: “os professores “tendem a não enxergar no estudante os alunos que eles mesmos foram”.

“Nas respostas, TV e internet apareceram como “fatores desestimulantes a um modo de leitura que os alunos, supostamente, deveriam ser capazes de realizar, tipo de leitura que os próprios professores não costumam praticar”, relata a autora no capítulo de conclusão”.

Como fica evidente, há enorme lacuna a ser preenchida nos docentes.

Mas qual o primeiro passo? 

Como transformar o professor num agente da formação da cidadania? Como fazer dos professores de professores cidadãos conscientes? Críticos? Capazes de contribuir para o desenvolvimento civilizatório?

Retomemos ao domínio da banca.

Ela exacerba a inimputável violência dos ricos que veem nos trabalhadores (professores) apenas custos. E os Estados, que servem à banca, a estes ricos rentistas, colaboram com baixos salários nas funções públicas essenciais, como são todas aquelas ligadas à educação.

Em oposição à Lei firmada pelo professor (?!) Cardoso, a educação, primordialmente, é função do Estado.

Como derrubar esta violência? Com política.

Aí está um dos sentidos da Lava Jato, da diuturna campanha de agressão indiscriminada aos políticos e à política pelos meios de comunicação de massa. Uma verdadeira cortina, um dos inúmeros muros que se constroem, física, virtual e socialmente, em todo mundo, fazendo do muro de Berlim um caso de jardim de infância diante de pós graduações.

Para que possamos conseguir qualquer êxito na luta contra a banca, precisamos repudiar seus parâmetros: superavit fiscal, dólar flutuante, metas de inflação, privatizações.

O Brasil de hoje necessita a revisão integral desta legislação excludente, entreguista, retrógrada que os congressos eleitos pela corrupção da banca nos impuseram. 

A valorização do professor, fundamental para termos bons professores, começa pelos salários. Um professor não pode ganhar menos do que um juiz, um promotor, um defensor público, um oficial das Forças Armadas.

A Pátria Livre exige coragem e determinação.

 A cidadania não é possível se o  País estiver sob governo (executivo, legislativo e judiciário) colonizado, serviçal dos colonizadores.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado pedroaugustopinho@hotmail.com