SUBMISSÃO OU NÃO A UM
GOVERNO ILEGÍTIMO?
Tania Jamardo Faillace
jornalista e escritora de Porto Alegre, RS
Essa é uma circunstância previsível dentro de uma sociedade humana desigual e conflitiva como a que vivemos.
Num dia ou outro seremos obrigados a descer do muro e descobrir qual nosso compromisso maior.
Suponho que a dureza do ofício de armas quando em ação conclusiva (conflito armado) obriga a uma disciplina cega a fim de que as ações materialmente objetivas não sejam comprometidas por hesitações perigosas para o conjunto.
Assim, essa "escolha de sofia" deve ser feita ANTES da premência das decisões urgentes e inadiáveis.
Ocorre que, através da História, os governantes e classes hegemônicas sempre se valeram dessa característica própria da ação e preparo militar, para utilizá-las em benefício de seus próprios interesses específicos e pessoais, ao invés do interesse comum para o qual, teoricamente foram criadas.
(Basta observar que os efetivos de luta e guerra das sociedades naturais, tribais e assemelhadas, fazem parte integrante do todo, esses guerreiros não são formatados e treinados para se alienarem de sua própria nação e tribo e família e comunidade, pelo contrário).
É óbvio que a reflexão deve preceder a ação e embasá-la. Mas também é da natureza da vida real que as situações e relações podem alterar-se ou propor-se diferentes durante o próprio curso da ação.
E a rigidez fatalista de uma ação concebida por terceiros e em outras circunstâncias, pode vir a ter consequências diversas e até opostas ao pretendido, ou melhor, ao que foi falsamente anunciado como objetivo.
Uma corporação militar que seja concebida e tratada como uma máquina e não como um conjunto capacitado e especializado de cidadãos para cumprir determinadas tarefas, certamente será manipulada por quem se habilitar - como temos observado na maioria das guerras movidas pelo poder imperialista sobre os outros povos, ou segmentos de seu próprio povo.
A integralidade da pessoa humana que pertence a uma corporação armada deve ser respeitada em sua inteligência e elevação moral.
É nesse sentido, que levanto a questão da formação política ampla e comprometida inclusive dos jovens recrutas do serviço militar obrigatório.
Temos a questão do imperialismo internacionalista, hoje em construção pela Nova Ordem Mundial no objetivo de implantar um Governo Mundial totalitário, a serviço exclusivo do poder econômico-financeiro, com pretensões, inclusive, de eliminar 4/5 da humanidade para maior conforto dos donos do capital. Tal ameaça não pode ser ignorada.
Quanto ao uso das FFAA contra o crime organizado, é uma impropriedade.
Ações de inteligência (investigativas) são indispensáveis para localizar seus responsáveis e mandantes.
A opção meramente repressiva contra os executores finais arrisca deixar incólume o sistema, atingindo apenas a "arraia miúda" e os vizinhos inocentes.
O narcotráfico (o crime mais comum e rico atualmente) é o terceiro negócio na Economia Mundial em termos de valores negociados e acumulados. Não há de ser assunto de favelados, que permanecem vivendo em favelas, e buscando água nas bicas.
É financiado pelo Grande Capital (principalmente financeiro - bancos) justamente pela característica de seus produtos, - de dominação sobre as mentes, - o que faz parte da construção de um poder mundial absoluto, em termos econômicos, sociais e políticos. E há evidências de que é coordenado internacionalmente por algumas agências de segurança de países do complexo imperialista.
A boa fé pode ser muito destrutiva, porque não nos permite conhecer exatamente os dados reais.
Sim, reconhece-se que há uma "escolha de sofia" no caminho. Mas não se trata de uma escolha aleatória, frívola, mas de um compromisso com nossa sobrevivência ou não. Aqui, como nação soberana; no geral, como humanidade em que as necessidades naturais - até o sexo - são vilmente manipuladas em benefício de uma minoria ociosa e sem escrúpulos.
Tania Jamardo Faillace
jornalista e escritora de Porto Alegre, RS
Nota Oportuna – Henry Kissinger, recentemente, alegou que a nova tendência é que as FFAA se descolem de suas nacionalidades e estados, e se convertam em meros grupos mercenários, a serviço de quem os paga. Isso já ocorreu durante o Medievo, em que os grupos armados não se ligavam a povos ou etnias, mas serviam como guardas exclusivos de seus patrões – os senhores feudais, ou o que chamaríamos hoje de “latifundiários”. Segundo Kissinger, há movimentos nesse sentido.
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