Toda pessoa medianamente informada percebe que o mundo está sendo tomado
por um sistema: a banca, denominação que dou ao sistema financeiro
internacional.
Também meus caros leitores sabem que as armas da banca, além da dívida,
são a desinformação, a fraude e a corrupção.
Nada mais natural para um sistema que se notabilizou pela lavagem
de dinheiro: das drogas, dos tráficos humanos, das armas, para guerras e todos
os ilícitos.
A banca criou e desenvolveu o que chamou paraísos fiscais.
De início em ilhas caribenhas e do Canal da Mancha, hoje quatro estados
dos Estados Unidos da América (EUA) - Delaware, Nevada, Dakota do Sul e Wyoming
- são “paraísos” e mesmo depois dos escândalos dos Panamá Papers e dos Paradise Papers.
Por que?
Porque a banca aparelhou Estados Nacionais, corrompeu instituições
acadêmicas e jurídicas, congressos, organismos internacionais; ela se sabe
poderosa, controladora das mídias televisivas, radiofônicas, impressas e
virtuais, com mínimas exceções.
Como corsários, que verdadeiramente o são, a banca trabalha com
pilhagem.
Em termos empresariais - a banca é hoje proprietária ou coproprietária
de todas as empresas multinacionais sediadas no Atlântico Norte - isto
significa distribuir o máximo de dividendos, em detrimento de quaisquer
investimentos.
Uma rima que não é solução, pois levará, a curto prazo, a empresa à
extinção.
Analisemos um caso real.
O petróleo - óleo e gás - nestes últimos trinta
anos, quando a banca iniciou sua posse de empresas e governos.
O que distingue uma empresa de petróleo é ser, necessariamente, uma
empresa integrada: ela procura o petróleo (atividade de maior risco), o produz,
o processa e o distribui (atividade de maior ganho). Assim os riscos e ganhos
equilibram o negócio.
O local onde o petróleo se encontra está a centenas, a milhares de
metros abaixo da superfície terrestre ou do piso marinho. Denomina-se reservatório este lugar.
É um sistema de rochas porosas, que armazenam o óleo e o gás, protegidos
por outro tipo de rochas, selantes, que impedem a migração deste petróleo.
Sendo um bem finito, é óbvio que cada descoberta de uma reserva de
petróleo reduz a possibilidade de encontrar reservatórios.
Assim, a pesquisa de modelos e equipamentos que ajudem a descoberta é
uma condição de existência da empresa de petróleo.
E todas elas, há 50 anos, tinham notáveis centros de pesquisa e
desenvolvimento, verdadeiras universidades de conhecimento geológico e das
engenharias de petróleo.
Pausa para verificarmos a importância do petróleo em nossa vida.
As energias primárias são aquelas que movem, no sentido literal e
metafórico, a vida humana no planeta. Vejamos como as consumimos.
Uma publicação que está em sua 67ª edição, a BP Statistical Review of
World Energy, aponta os seguintes volumes consumidos, por fonte de energia, em
2017:
Petróleo (óleo e gás): 7.777,9 milhões de toneladas de óleo equivalente
(toe);
Carvão: 3.731,5 milhões de toe;
Hídrica: 918,6 milhões de toe;
Nuclear: 596,4 milhões de toe; e
Renováveis: 486,8 milhões de toe.
Como se vê, o petróleo responde por mais da metade da energia primária
(57,56%) consumida no mundo. Esta não é uma situação que possa ser revertida a
médio prazo, pois toda civilização industrial se desenvolveu com este suporte.
São máquinas, equipamentos, veículos, produtos que dependem de
algum modo do petróleo, inclusive a nossa alimentação.
Por conseguinte, quem detiver a competência para achar e produzir
petróleo terá uma condição cada vez mais desejada.
Mas o que está acontecendo com as empresas dominadas pela banca?
Reduzindo ou até fechando centros de pesquisa em razão do único
interesse na distribuição do maior lucro possível.
Os corsários que, após o saque, abandonam a cidade.
Vejamos, na evolução das reservas de petróleo, a comprovação deste
esbulho.
A fonte é a mesma BP em sua 67ª edição, junho 2018.
Em 31/12/1997, as reservas mundiais de petróleo eram 1.162,1 bilhões de
barris (bbl), as América do Sul e Central contribuiam com modestos 8% (93,4
bilhões bbl), Venezuela (PDVSA) e Brasil (Petrobrás), juntos, tinham 82 bilhões
bbl.
Como sabemos, é a partir de 1990 que a banca se torna, crescentemente, a
“dona do mundo”.
Assim, as empresas privadas e algumas estatais de petróleo passam
ao controle da banca.
Em 31/12/2017, ou seja, 20 anos após, as reservas mundiais passaram para
1.696,6 bilhões de bbl. América do Sul e Central aportam 330,1 bilhões bbl,
elevam suas participações para 19%. Venezuela e Brasil totalizam 316 bilhões
bbl.
Não por acaso estatais, ainda livres do controle da banca, com
seus centros de pesquisa e desenvolvimento em pleno funcionamento.
Com a privatização ou o controle da banca, a Petrobrás deixará de ter
seu centro de pesquisa, as descobertas ficaram raras ou inexistentes e o
Brasil, que poderia ser um exportador de derivados, será um importador, como
este último governo já fez com o diesel, e com enorme prejuízo para o Brasil.
A Era da Ignorância é a nuvem que tolda a Nação.
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado
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